O líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, Guilherme Boulos, foi intimado a depor pela Polícia Federal na última quinta-feira, dia 7 de junho. A intimação tem relação com a ocupação do triplex do Guarujá, apartamento atribuído ao ex-presidente Lula pela justiça, como pagamento de propina por parte da construtora OAS, o qual, no entanto, não tem qualquer prova de que seja do ex-presidente.
A ocupação, ocorrida no início do ano, revelou que o apartamento não tem qualquer indício das grandiosas reformas apontadas pelo juiz Sérgio Moro, como sendo parte da iniciativa de Lula. Na realidade, ficou claro de que se trata de um apartamento comum, muito diferente daquilo que foi descrito no processo.
O que está em jogo, no entanto, é a perseguição política por parte dos golpistas contra mais uma liderança da esquerda, no caso Guilherme Boulos, e contra um movimento social, o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto). É preciso denunciar mais essa perseguição. O presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, chamou de “absurda” e “intimidatória” a intimação a Boulos, que é candidato à presidência pelo partido.
A investida contra Boulos da Polícia Federal, um dos principais órgãos do golpe de Estado, revela também que não adianta ter ilusões na saída via eleitoral, como faz o PSOL ao tentar promover a candidatura de Boulos como a solução definitiva para os problemas do país, esquecendo e abrindo mão da campanha pela defesa de Lula, sua liberdade e sua candidatura.
Lula está preso como parte da mesma perseguição política que agora atinge Boulos. É o golpe de Estado que colocou abaixo os direitos democráticos da população, onde ninguém está mais a salvo.
É preciso repudiar a perseguição contra Boulos e chamar a população a lutar contra o golpe em defesa dos seus direitos, que nesse momento passa, necessariamente, pela luta em defesa da liberdade de Lula e pelo fim da golpista Operação Lava Jato.