Para garantir o prosseguimento do golpe, as Forças Armadas passaram a ter controle do judiciário, com a nomeação do general Fernando Azevedo e Silva como assessor do atual presidente do Supremo, Dias Toffoli. Azevedo agora irá assumir o ministério da Defesa, em seu lugar ocupará o posto outro general, Ajax Porto Pinheiro. Para a Secretaria de Governo, Bolsonaro nomeou outro general, Carlos Alberto dos Santos Cruz, cuja a responsabilidade será “dialogar” com o Congresso Nacional.
No Gabinete de Segurança Institucional, o cargo será ocupado pelo general Augusto Heleno. Este general esteve à frente do esmagamento do povo haitiano pelas forças militares brasileiras, durante a ocupação militar naquele país. Em outros postos do governo, os militares também passaram a ocupar cargos de direção, como nos Correios. Juarez Aparecido de Paula Cunha será o general que levará a diante a política de privatização completa da empresa.
O governo ilegítimo de Bolsonaro será marcado pelo completo controle dos militares. Desde o golpe de Estado em 2014, contra Dilma Rousseff, os militares passaram a tomar posições chaves dentro do governo, comprovando, na prática, o apoio das Forças Armadas ao golpe. O Gabinete de Segurança Institucional, criado por Temer e ocupado pelo general Sérgio Etchegoyen foi o primeiro posto estratégico ocupado diretamente por um representante do Exército. A partir daí viriam as intervenções militares em vários locais do país, com destaque para a cidade do Rio de Janeiro, controlada pelos militares.
Com o avanço do processo golpista, os militares tomaram conta do regime político como uma forma de servir de cão de guarda para uma possível revolta da população contra a política de destruição dos seus direitos levada a cabo pelo golpe. Isso ficou evidente nas declarações do alto comandante do Exército, general Villas Boas, que expôs uma possível intervenção militar no país caso o ex-presidente Lula fosse candidato à presidência. A fraude eleitoral, que levou à “eleição” de Bolsonaro, foi apoiada e salvaguardada pelas Forças Armadas, as quais também “elegeram” a maior bancada de militares da história.
O cenário demonstra, portanto, que o governo Bolsonaro nada mais é do que a evolução do golpe de 2014 no sentido de uma militarização do regime, o que abre caminho para um golpe militar. É preciso mobilizar imediatamente contra Bolsoanro, os militares e todos os golpistas. A luta nas ruas, a ampliação dos comitês de luta contra o golpe são de fundamental importância para derrota da direita golpista e do golpe militar.