O militar da reserva, general Paulo Chagas, candidato ao Governo do Distrito Federal, pelo PRP, publicou no Facebook uma ameaça direta a Ciro Gomes (PDT), em resposta às ofensas que o “cearense” anda proferindo sobre membros das Forças Armadas.
O general, que é apoiador de Jair Bolsonaro (PSL), escreveu, na sexta-feita (14/9): “Cautela, ‘cãodidato’, porque o silêncio do lobo e o coice do ‘jumento de carga’ são, seguramente, mais perigosos que o latido de um cão, particularmente, quando este é um sarnento vira-latas!”.
Na quarta-feira (12), na sabatina do jornal O Globo, Ciro tinha afirmado: “Sob ordens da Constituição, eu mando e eles [militares] obedecem. Não quero eles envolvidos em negócio de narcotráfico. Isso é invenção de norte-americano. Eu os quero altivos, bem-remunerados, mas no meu governo o Exército não fala em política”, afirmou o presidenciável, na ocasião.
O pedetista também chamou o general da reserva Hamilton Mourão – candidato a vice de Bolsonaro – de “jumento de carga”. Além disso, criticou uma entrevista do comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, na qual o militar disse que a legitimidade do próximo presidente pode ser questionada por adversários. “Ele estaria demitido e provavelmente pegaria uma cana. Ele está fazendo isso para tentar calar a voz das cadelas no cio que estão se animando”, afirmou o candidato.
Para mostrar que tem o poder real, o general ainda afirmou que “o desconhecimento da ética militar pode levar um ignorante como Ciro Gomes a imaginar que aos soldados cabe suportar até a afronta de seus superiores hierárquicos. Ao contrário do que ele pensa, erra quem afronta e muito mais quem a suporta com atitude de cordeiro. Os regulamentos castrenses ensinam que o princípio da obediência está condicionado ao honesto exercício impessoal da autoridade legal, coisa que passa ao largo da sua pretensão caudilhesca. Não é legal afrontar os subordinados: ‘Eu mando, eles obedecem’. Só um idiota despreparado pensa assim ou que pode ser assim! Ordem errada ou fora dos seus limites, não se cumpre, muito menos de um fanfarrão, demagogo e mentiroso. A Nação brasileira confia, sem restrições, nos homens e nas mulheres a quem entrega o último recurso da razão, pois sabe que as Forças Armadas são disciplinadas, mas não estão mortas e conhecem o seu dever e os limites da autoridade legal!”
O candidato ao governo do DF assina a ameaça à ordem democrática como “General de Brigada Paulo Chagas, do Exército de Caxias“, aquele herói paradigmático que devastou a população indígena do Paraguai, incluindo crianças e mulheres, que defendiam seu território da invasão de brasileiros, argentinos e uruguaios armados pela Inglaterra.
Vale lembrar que estamos diante de uma suposta eleição geral para a Presidência da República, governos estaduais e parlamentos. Nesse nível de debate, não será surpresa se os “políticos” medirem suas forças baixando as calças e batendo na mesa.