Da redação – A agência oficial de estatísticas da Argentina (INDEC) divulgou dados nesta semana que mostram que 27% dos argentinos estão na pobreza, cerca de 11 milhões de pessoas.
Destes, 4,9% são considerados indigentes e não dispõem de condições mínimas nem para comprar alimentos, ou seja, vivem na fome. Segundo a pesquisa, a miséria aumentou 1,6% nos seis primeiros meses deste ano em relação ao segundo semestre de 2017. O cenário teria se agravado consideravelmente desde a última grande desvalorização do peso, em agosto.
O número de moradores de rua na capital, Buenos Aires, aumentou exponencialmente nos últimos anos, desde as medidas ultraliberais e impopulares adotadas pelo governo do presidente Maurício Macri.
O regime de Macri, imposto pela burguesia em eleições fraudadas no final de 2015, tem implementado gigantescos ataques aos trabalhadores. Esta semana ocorreu a quarta paralisação geral de trabalhadores no país, o que levou à renúncia do presidente do Banco Central, a segunda da era Macri.
Contudo, a pobreza e a fome na Argentina não são tratados pelo viés de uma crise humanitária, como a imprensa burguesa trata os países que não têm o governo alinhado ideologicamente. Imagens e vídeos de saques a supermercados se multiplicam pela internet, sem que haja grande alarde sobre a grave crise do vizinho latino.