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Foi o golpe que fez ascender a extrema-direita que estimula os fascistas

Bolsonaro não é Hitler.

A trajetória do chefe da extrema-direita alemã foi o produto específico das condições históricas, da luta de classes na Alemanha e em todo o mundo no final da segunda guerra mundial, que criaram-se condições para a ascensão do nazismo e o seu fortalecimento, financiado por capitalistas, inclusive norte-americanos como Henry Ford, o que permitiu que milhões de judeus, centenas de milhares de socialistas, comunistas e anarquistas fossem enviados a campos de concentração, torturados e mortos pelos nazistas na Alemanha e em toda Europa.

Em meio à fenomenal crise capitalista de 1929, a burguesia se deu conta das tendências revolucionárias presentes, destacadamente na Alemanha, que poderiam levar à vitoria da revolução proletária naquela gigantesca potência capitalista, quebrando-se o relativo isolamento da gloriosa revolução russa de 1917, que colocou 1/7 do território do planeta sob o comando da classe trabalhadora, por meio dos sovietes e do seu partido revolucionário. A situação estava para sair totalmente de controle e, por conta disso, a burguesia caminha para o golpe fascista, depois da tentativa de estabelecer governos autoritários bonapartistas, não fascistas, que fracassaram.

Nessas condições de crise, a burguesia coloca em marcha o que foi chamado pelos fascistas italianos de “contra-revolução” preventiva. Tanto na Alemanha, como na Itália, o fascismo se antecipa à possibilidade iminente da revolução socialista e ate para derrotar os trabalhadores.

No caso do Brasil, a situação evidencia o aprofundamento da crise que vem se aprofundando e fazendo a situação política evoluir à esquerda, nas últimas décadas. Isso fez com que o PT chegasse ao governo em 2002, em meio a uma situação que adquiria características revolucionarias em toda a América Latina (“argentinaço”, reação ao golpe na Venezuela, situação revolucionária na Bolívia etc.). Naquele momento, a burguesia percebeu que a continuidade do governo neoliberal de FHC (por meio da eleição de Serra, do PSDB) poderia levar a uma situação revolucionária no País, fazer com que a situação saísse do controle. Assim permitiu que o PT chegasse ao governo em um governo de frente popular, de colaboração de classes, estabelecendo compromissos e alguns mecanismos de controle do governo.

Essa “saída” garantiu um relativa estabilidade provisória. No entanto, o aprofundamento da crise histórica do capitalismo, em todo o mundo, torna necessária a adoção de uma política de maior enfrentamento com as massas, uma nova onda de ataques de tipo “neoliberal”, de cassação de pequenas concessões realizadas nos governos petistas. Como essa politica não tem apoio popular, não pode triunfar nas eleições, a burguesia imperialista, da mesma forma que o faz em todo o mundo, adota uma clara política golpista, de derrubar o governo eleito pela maioria da população e realizar uma intensa campanha de perseguição política (em nome do “combate à corrupção”) que sirva para afastar a esquerda do poder e reduzir (ou até eliminar) a representação política dos trabalhadores no Estado.

O crescimento artificial de Bolsonaro e dos setores políticos reacionários que o apóiam é o resultado dessa ofensiva e do fracasso da tentativa dos representantes tradicionais da burguesia “nacional” e do imperialismo de substituir o PT. A gigantesca rejeição popular ao golpe, expressa na total falta de apoio ao governo golpista de Michel Temer e a todos os partidos e chefes políticos da direita (Aécio, Alckmin etc.).

Bolsonaro, é por certo, um elemento de extrema-direita. Mas sua classificação para o segundo turno e possível vitória, estão muito além de um crescimento da direita. Mostra o desmoronamento do regime político, das suas instituições, partidos etc. a total falta de apoio popular desses, diante do que se vêm obrigados a se agruparem em torno do representante da ala mais fraca da burguesia que se agrupou em torno da chapa do golpe militar, apoiada também pelo “partido das forças armadas” que se vem se fortalecendo e assumindo, desde o golpe de estado, o comando – de fato – dos poderes da República, começando pelo executivo, diante da falência do governo Temer (e da falta de alternativas burguesas consistentes), progredindo para o judiciário golpista, para o qual os militares nomearam um tutor, um general, ex-comandante do Estado Maior das Forças Armadas, para atuar como assessor especial da presidência do STF.

Essa situação só tornou possível por meio da operação fraude das eleições, começando pela condenação fraudulenta, prisão e cassação ilegal e inconstitucional do ex-presidente Lula. Colaborou, de modo decisivo, para que isso se torna-se possível, a capitulação das direções da esquerda, diante dessa operação fraudulenta da direita. Os defensores do “plano b”, da política de conciliação com a direita golpista, derrotados – inicialmente – pela pressão das bases que “nem com reza brava” aceitavam outro candidato que fosse Lula (como declarou à época a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann), valeram-se das ações ilegais e chantagens do judiciário golpista e dos militares (que ameaçaram em mais de uma oportunidade com o golpe de estado) para impor a substituição de Lula (não ir até o fim) e permitir que se criassem as condições para uma vitória da direita.

O golpe e, consequente fraude das eleições, colocou os fascistas nas ruas, agora eles se sentem estimulados pelo avanço da extrema-direita que age, justamente para tentar barrar as tendências à esquerda presentes na situação, que impulsiona a crescente polarização política no País. Daí as ameaças de “prender” e “expulsar”  feitas por Bolsonaro, daí os cerca de 100 ataques contra militantes da esquerda, mulheres, negros, sem terras, homossexuais etc. em todo o País que, inclusive, já levaram à morte de dirigentes populares.

Essa ofensiva da direita e do conjunto do regime golpista não pode, nas condições atuais, ser barrada nas urnas viciadas no próximo dia 28, independentemente dos resultados que aí apareçam.

A tarefa dos setores classistas da esquerda, do movimento operário, popular e da juventude é recuperar o terreno e o tempo perdido.

Organizar, por meio das organizações de luta dos trabalhadores, de milhares de comitês de luta contra o golpe, pela liberdade de Lula, por Lula Livre etc. um grande mobilização para sair às ruas e exigir a liberdade imediata da maior liderança popular do País, que seria capaz de, com sua liderança, unir toda a esquerda que luta contra o golpe (não apenas por votos), unir a imensa maioria dos explorados e suas organizações de luta, em um movimento gigantesco que aja, pelos meios necessários, para colocar a os militares no seu devido lugar, longe do Planalto, no controle dos poderes, comandando o País em favor dos interesses do grande capital estrangeiro e “nacional”.

Para impulsionar esta perspectiva de independência de classe, é preciso que a Frente Brasil Popular, convoque o quanto antes a realização do Congresso do Povo.

Da mesma forma, a II Conferência Nacional Aberta de Luta contra o golpe e o fascismo, convocada por centenas de comitês de todo o País, deve ocupar um lugar destacado. É preciso realizar uma ampla mobilização em torno a essa iniciativa, convocando os comitês de luta, pela liberdade de Lula, pela anulação do impeachment etc. de todo o país para participar.

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