Há coisas que não se negociam, há coisas que não são contornáveis, entre elas a luta de classes e a consciência de classe.
Ciro Gomes vem sendo alvo de críticas e ataques tanto da extrema direita quanto da esquerda, por motivos um tanto diferentes. Em relação à extrema direita, porque ele se apresenta, para esse grupo, como alternativa palatável de parte do eleitorado bolsominion que não se rendeu ainda ao fascismo.
Quanto à esquerda, suas lideranças e os pré-candidatos têm sido leves nas avaliações, mas a militância não poupa duras críticas ao candidato do PDT. Há muitos motivos para se criticar Ciro Gomes, sendo um deles sua decisão de não tomar partido sobre os ataques ao PT e a Lula, relativizando o que for possível.
Depois de chamar de canalhas os golpistas que derrubaram a presidenta legítima Dilma Rousseff, senta ao lado deles para discutir, como fez num evento da direita ‘ultraliberal’, no Fórum da Liberdade. Mais, ali faz companhia para Leandro Narloch, Rodrigo Constantino e a latifundiária Lya Luft e, sem surpresas, Sérgio Moro, João Amoedo (Partido Novo), Henrique Meirelles (MDB), Flávio Rocha (MBL), Marina Silva (Rede), Geraldo Alckmin (PSDB).
Além das más companhias e das más ideias, Ciro prefere dissimular, brincar com as palavras, e não dar à prisão de Lula o peso que ela tem. Para ele seria apenas injusta.
Não se ouve de Ciro mais uma palavra sobre o Golpe, algo que para ele deve ser deixado no passado. Isso explica porque ele ao analisar como o STF agiu, ao manobrar para evitar decidir sobre Ações que beneficiariam o ex-presidente Lula e deliberar sobre o seu habeas corpus, rejeitado por 6 x 5, para Ciro isso seria apenas ‘exótico’ não uma manobra dentro do golpe.
Quem Ciro representa? a esquerda certamente não. Aonde sua estratégia o levará? Parece que cada vez mais perto da direita. A participação no Fórum da Liberdade parece um claro sinal, uma confraternização com os golpistas. Um retorno ao berço?