Conforme discutido amplamente em nosso Diário, o surto de golpes e instabilidade que se espalhou pela América Latina e por todo o mundo é consequência direta da crise econômica de 2008, que obrigou o imperialismo norte-americano a mudar a sua orientação política.
Um dos principais problemas da crise imperialista é a questão do Oriente Médio. Sob o comando problemático de Donald Trump, o imperialismo norte-americano amargou um retrocesso militar. O caso mais emblemático é o da Síria, onde o imperialismo sofreu uma derrota muito dura mas não parece disposto a retroceder completamente.
Um dos principais eixos que servem para a dominação do imperialismo no Oriente Médio é o governo da Arábia Saudita, o atual reinado de Salman, uma monarquia profundamente reacionária. No entanto, esse ponto de apoio fundamental também passa por uma grande crise. Recentemente, Donald Trump acabou entregando o fato de que o reinado de Salman só se sustenta no poder com o auxílio do governo dos EUA. O centro da crise está no fato de que a política do governo Trump se choca com a política do setor fundamental do imperialismo e diante disso, a Arábia Saudita aumentou o preço do barril de petróleo que vende para os EUA.
A política econômica que vem sendo preparada pelos grandes bancos e o mercado financeiro é muito agressiva e atrapalhada, e reflete o desespero da situação em que os próprios capitalistas se meteram. Até mesmo o governo reacionário de Salman, um verdadeiro protetorado dos norte-americanos, está saindo de controle. Os EUA estão usando cinicamente um caso de perseguição a um jornalista chamado Jamal Khashoggi como forma de pressionar o governo da Arábia Saudita a mudar a política dos preços do petróleo saudita. Essa crise é mais um sinal da decomposição da economia capitalista e impõe aos trabalhadores e a esquerda de todo o mundo que se organizem para o conflito que se avizinha.