O “atentado” contra o candidato da extrema-direita Jair Bolsonaro revelou a hipocrisia de determinados setores de esquerda, que logo após ao ocorrido declararam solidariedade ao candidato fascista, se colocando contra a violência. É preciso ter claro, em primeiro lugar, que o atentado contra Bolsonaro é algo natural, diante do terrorismo feito pela direita e pela extrema-direita contra a população brasileira. O que é estranho, não é a violência contra o fascista, mas o fato do acontecimento não ter acontecido antes, haja vista a brutalidade da direita golpista.
Há mais de dois anos, com o golpe, a direita vem impondo um regime de terror contra o povo. As declarações de Bolsonaro são a expressão mais clara desse fato. Bolsonaro declarou, por exemplo, que apoiava a tortura, as atrocidades cometidas pelo coronel brilhante Ulstra, um dos principais agentes da tortura durante a ditadura militar. Disse, que se eleito, iria metralhar a favela da Rocinha, declarou para uma deputada petista que não a estuprava porque ela não merecia, atacou os negros, os quilombolas, afirmou recentemente que pretende metralhar os “petralhas” no Acre. Ou seja, uma enxurrada de ameaças contra a população pobre brasileira.
Somado as declarações de Bolsonaro estão os acontecimentos verdadeiramente violentos da direita, o assassinato da vereadora carioca Marielle Franco, o atentado a tiros contra a caravana do ex-presidente Lula, a violência dos grupos fascistas contra o acampamento Marisa Letícia em Curitiba, as milhares de mortes no campo praticada pelos latifundiários, a matança nas periferias das grandes cidades, a própria perseguição política contra a principal liderança popular do país, o ex-presidente Lula, que está preso em Curitiba, sem provas, e impedido de se candidatar de maneira arbitrária.
Nesse sentido, é necessário afirmar que Bolsonaro e sua corja da extrema-direita e da direita são aqueles que impulsionam a violência contra o povo e a classe trabalhadora. São eles que defendem o massacre do povo pobre nas periferias, que impõe um regime de terra arrasada, onde os direitos são suprimidos completamente.
Não nos devemos nos solidarizar com a direita fascista, é preciso combatê-la, por todos os meios necessários. Se solidarizar com fascista é se colocar em uma posição de capacho diante da violência dos principais carrascos do povo. É preciso organizar a luta contra os golpistas, por meio dos comitês de luta contra o golpe. Somente uma mobilização revolucionária pode impor uma derrota definitiva a direita e sua corja fascista.