Estamos na reta final da campanha eleitoral mais fraudulenta das últimas décadas, como este Jornal destacou desde antes do seu início.
Além das tradicionais e gigantescas manipulações do Partido da Imprensa Golpista (PIG), desde a “cobertura”(na realidade campanha) em favor dos candidatos golpistas até as “pesquisas” (verdadeiras peças de publicidade), as eleições municipais deste ano são as primeiras que ocorrem sobre a vigência da “reforma” eleitoral ultra reacionária, aprovada em 2017, logo após o golpe de Estado que derrubou a presidenta Dilma Rousseff (em 2016), com o claro intuito de manter o monopólio do poder político nas mãos dos tradicionais partidos da direita, amplamente repudiados pela população, que foram derrotados em cinco eleições nacionais consecutivas, sendo forçados na última delas a apoiarem a candidatura e o governo de improvido de Jair Bolsonaro, da extrema direita, para impedir uma nova vitória da esquerda.
Com tal “reforma”, e usando como pretexto a pandemia que eles não controlaram, impuseram uma eleição a toque de caixa, praticamente sem campanha, sem debates, com quase um terço dos partidos afastados do horário eleitoral (incluindo o PCO) e outro terço com tempos minúsculos, de segundos. Em várias cidades, como Recife, Macapá e Fortaleza, foram proibidas atividades de rua, claramente para impedir a mobilização de setores da esquerda.
Nessas condições, as estimativas apontam que as principais máquinas políticas da burguesia (PSDB, DEM, MDB, PSD e seus satélites) devem conquistar cerca de 80% das capitais e uma larga maioria dos governos municipais, com o que buscam preparar uma nova etapa do golpe de Estado, com a retomada do poder político por este “centrão”” em 2022.
A campanha foi também marcada por um show de cinismo dessa direita que, diante da situação de verdadeiro genocídio e caos econômico e social no País (mais de 163 mil mortos, mais de 50% de desemprego, inflação crescente, recorde de fome etc.), se dedicou à política ilusória de prometer dias melhores, quando sabem que a situação tende a piorar para a maioria do povo e quando preparam novos ataques para logo depois das eleições (fim do auxílio emergencial, privatizações, “reforma” fiscal com novos impostos, “reforma” administrativa – com o fim da estabilidade dos servidores; maior pressão pela volta às aulas e muitos mais). Neste tenebroso espetáculo, os governantes genocidas e/ou seus candidatos prometem melhor a Saúde; os maiores inimigos do ensino público, prometem “melhorar a Educação”; os comandantes e defensores das chacinas executadas pela PM e outras forças de repressão (estatais e paraestatais), prometem “melhorar a segurança” etc.
A imensa maioria da esquerda burguesa e pequeno burguesa não só não denunciou este processo fraudulento, como tratou de “embelezá-lo”” apresentando as eleições como uma “festa da democracia”, um suposto terreno democrático de disputa etc. A burguesia estimulou essa posição ilusória dando algum destaque a candidatos da esquerda que pudessem ser usados para conter o crescimento eleitoral do principal adversário eleitoral e político da direita, o PT, maior partido da esquerda e, principalmente, o prestígio eleitoral do ex-presidente Lula, que eles continuaram a perseguir, sem tréguas, com medidas arbitrárias do judiciário golpista, como o impedimento de acesso a provas necessárias a sua defesa e novos indiciamentos.
Com este estímulo dados por seus aliados da frente ampla, setores reacionários, a esquerda como o PSOL, PCdoB, direita do PT, ajudaram a burguesia golpista na sua busca por dar legitimidade a mais este processo eleitoral fraudulento, tal como em 2018; desta feita embalados pela ilusória chance de vitória apontada pelas pesquisas (quando houve interesse de favorecer a direita), candidatos como Boulos, em São Paulo, passaram a repetir promessas como pagar auxílio emergencial para milhões de pessoas, “humanizar” as guardas fascistas(GCM`s), fazer os bancos pagarem suas dívidas etc. etc.
Contra os ataques da direita e a política reacionária e capituladora da maioria da esquerda, o PCO fez da sua campanha uma tribuna de luta pelas reivindicações populares diante da crise, opostas e irreconciliáveis, com os interesses da burguesia; denunciou o processo fraudulento e colocou como eixos centrais – para superar a defensiva geral da esquerda e das direções do movimento operário – a defesa da unidade em torno da luta pelo fora Bolsonaro e todos os golpistas, pela restituição dos direitos políticos de Lula e por sua candidatura presidencial, única capaz de unificar as organizações de luta dos explorados e tirar a esquerda da divisão e defensiva atuais.
Esta política vai além das eleições, representam uma perspectiva política real para os explorados diante da crise histórica do capitalismo, para o que é preciso – mais do que nunca – fortalecer o desenvolvimento em curso do PCO, principal embrião do partido operário, revolucionário e de massas, no Brasil.
A tarefa do ativismo classista, vai – portanto – muito além de chamar a votar 29-PCO, é preciso lutar e fazer crescer o PCO.