As duas maiores organizações estudantis, UNE (União Nacional dos Estudantes) e UBES (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas), lançam uma campanha aberta pelo retorno às aulas através de uma priorização dos profissionais da educação na imunização contra o COVID-19.
O problema do retorno às aulas, já muito comentado neste diário, reside na precária condição sanitária da maioria dos colégios, sobretudo públicos, que possuem grandes quantidades de alunos nas mesmas salas. Além disso, a infraestrutura empobrecida faz com que estes colégios não possuam provimento de álcool gel ou máscaras, insumos básicos para a proteção contra o vírus.
Foi visível, durante a pandemia como estas medidas de proteção à doença foram escassas ou mal feitas. As únicas medidas tomadas foram os “lockdowns”, que consistiam em medidas de propaganda apenas, uma vez que transportes continuam lotados sendo muitos trabalhadores obrigados a manter sua movimentação todos os dias.
A página na internet da UBES se vale do argumento de que a educação no Brasil é uma das que esteve parada durante mais tempo, o que acaba por servir de contraste com a permissividade sobre serviços não essenciais que foram frequentes durante a pandemia.
O fechamento das escolas é um reflexo da total impossibilidade de se retomar as atividades durante o momento. Foram feitas algumas tentativas, não só aqui mas também nos Estados Unidos de voltar o funcionamento das aulas, que foram logo revertidas devido aos picos de casos causados.
Não faz sentido demandar que a Educação volte porque existem outros setores menos importantes funcionando, uma vez que o problema da pandemia é a ingerência do governo da direita. O foco no problema é antes ter no poder um governo controlado pelos trabalhadores para se tomar medidas para conter a crise sanitária.
Demandar o retorno às aulas dentro do governo Bolsonaro é condenar os alunos a voltarem sob promessas de proteção que não serão cumpridas, é uma condenação à morte. A vacina que tanto se lutou para ser obrigatória, é escassa e em maioria pouco eficiente. É necessário que as organizações estudantis sejam pressionadas pelos estudantes, mobilizados, contra a volta às aulas, até o fim da pandemia e a vacinação em massa.