O Diário da Causa Operária foi criado em dezembro de 2003 como um órgão de agitação e propaganda. Na época, o objetivo era cobrir diariamente a crise revolucionária que transcorreu na Bolívia e que, por conta disso, merecia uma cobertura in loco.
O DCO, portanto, surgiu da necessidade, já que era preciso acompanhar diariamente a crise boliviana, que derrubou o governo do país e que adquiria características revolucionárias, podendo escalonar cada vez mais. Para suprir tal demanda, a Causa Operária enviou o companheiro Rafael Dantas para cobrir os acontecimentos do país, criando, então, um sítio diário na Internet com o objetivo de acompanhar a crise, o DCO.
Para que se tenha noção da importância das manifestações, que refletiam não só o estado de espírito geral do povo boliviano, mas toda uma tendência à explosão social na América Latina, esse período foi marcado pelo kirchnerismo na Argentina, pelo chavismo na Venezuela, pelo lulismo no Brasil, por Rafael Correa no Equador – enfim, pelo surgimento de governos nacionalistas burgueses de esquerda no continente. Boa parte deles surgiram ou foram fortalecidos pela mobilização boliviana.
Com relação ao DCO, após ter diminuído toda a efervescência social na Bolívia, ficou comprovada, pela experiência, a necessidade de ter uma imprensa diária. Com isso, foi feito um trabalho para mudar a formação dos redatores da imprensa Causa Operária, que antes escreviam semanalmente e com vistas sempre à próxima semana, visto que toda a agitação e toda a propaganda partidária giravam em torno do Jornal Causa Operária, um jornal semanal.
Com isso, o PCO foi o primeiro partido brasileiro a ter um sítio de notícias diário. No início, por conta das dificuldades, em alguns dias, o jornal possuía apenas uma ou duas matérias; hoje em dia, para se ter ideia, a edição tem em torno de 60 matérias. Outra coisa em que se expandiu muito no trabalho do DCO durante o tempo foi o número de redatores e de contribuições: tendo começado com uma equipe pequena, hoje conta com correspondentes em quase todos os estados do Brasil e em vários países da Europa, além dos Estados Unidos. O Diário também possui, todos os dias, uma versão em PDF agrupando as matérias da edição; além disso, toda meia-noite, o leitor pode acessar a aba “jornal de hoje” e ver a manchete, o editorial e os destaques do DCO para o novo dia.
Desde a época de lançamento, na questão da crise revolucionária boliviana, o DCO ajudou a influenciar importantes setores da classe operária brasileira, especialmente os setores dos Correios.
Além disso, nesse mesmo período, a atuação do DCO foi essencial na crítica ao PSOL, que estava surgindo na mesma época. A imprensa cumpriu a tarefa de desmascarar o grupo pequeno-burguês que estava surgindo através da iniciativa carreirista de alguns parlamentares, como um meio de sabotar o governo do PT. Na época, eles usavam todo tipo de farsa, como a questão do socialismo, buscando se apresentar como “à esquerda” de Lula e reivindicando um “socialismo democrático” – alguns grupos, que chegavam a se denominar trotskistas, falseavam o trotskismo para caber nessa caricatura pequeno-burguesa. O DCO foi imprescindível para desmontar essa fanfarronada para os setores da vanguarda.
Até hoje, o Diário Causa Operária segue sendo um dos mais importantes meios de agitação e de propaganda de toda a esquerda brasileira. A resistência ao golpe contra a Dilma contou com o DCO como um importante ponto de apoio teórico e propagandístico, por exemplo. Atualmente, o Diário chega a alcançar mais de 1 milhão de visualizações por mês e está prestes a alcançar as 7.000 edições.