Em assembleia e votação online, convocadas pelo Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro (SEPE-RJ) realizada no último sábado, dia 30 de janeiro, Professores e professoras da rede pública estadual e municipal no Rio de Janeiro (RJ) decidiram no último fim de semana deflagrar greve contra o retorno das aulas presenciais, anunciado para o dia 24 de fevereiro. No total 84,5% da categoria aprovou que qualquer profissional que for convocado para o trabalho presencial a partir da última segunda-feira, dia 1º de fevereiro, não deve comparecer à escola.
O exemplo da realização de assembleia pelo sindicato dos professores do Rio de Janeiro, em que pese ser totalmente online, deve ser seguido pelas centenas de outros sindicatos da educação no país, que se veêm mergulhados em imensa paralisia. Num momento em que 99% dos governos capitalistas de direita e de esquerda no país declaram a volta as aulas, em meio ao maior pico de contaminação e mortes ocorrido no país, ao longo de praticamente 11 meses de pandemia.
A principal reivindicação aprovada na Assembleia carioca, é que a categoria vai reivindicar junto à prefeitura que os profissionais de educação façam parte do grupo prioritário e sejam vacinados contra a COVID-19, após os profissionais da saúde e idosos. Neste caso a aprovação da greve é um passo fundamental para a vitória, no entanto, é um grave erro a aprovação da exigência de reivindicação de que professores e professoras, sejam grupo prioritário. A exigência correta é a volta as aulas apenas com o fim da pandemia e toda população vacinada. O contrário é ser cúmplice da morte de milhares de outras pessoas.
Os profissionais da educação no Rio também denunciaram também que as escolas da cidade não estão preparadas e não garantem a segurança necessária para que alunos e professores retomem as aulas presenciais. A falta de infraestrutura de mais de 200 unidades escolares também afetou a decisão. Escolas sem ventilação, banheiros degradados e sem água nem para lavar a mão, uma das orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS), afetam as estruturas das escolas. Tal situação necessariamente levantada pelos educadores do Rio de Janeiro é realidade em mais de 80% das escolas públicas do país.
No Estado de São Paulo a necessidade imperiosa da greve também se coloca. O Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), realizou reuniões, virtuais, atos, carreatas e mobilizações contra o retorno das aulas presenciais nas escolas públicas a partir do dia 8, nas últimas semanas. A mobilização inicial se dá em decorrência do famigerado governo de João Doria (PSDB) impor a decisão do retorno das aulas presenciais para o dia 8 de fevereiro, mesmo sem vacina e com o número de casos de Covid-19 em alta em todos o estado.
São inúmeros os exemplos, divulgados nas redes sociais de casos de grande contaminação em escolas que voltaram as aulas, como é o caso de uma escola particular da cidade de Campinas, que regressou no último dia 20 de janeiro e agora foi fechada em razão da contaminação de 34 pessoas, entre funcionários e professores, há alunos contaminados, mas os números não foram divulgados.
Na capital paulista, há denúncias de que hospitais, como o Hospital Geral da Cidade Tiradentes em sua ala de pediatria, da lotação na internação de crianças com COVID-19. Situações como essa estão a explodir por todo o país com a disseminação das novas mutações do Coronavírus, que está matando um percentual muito superior de pessoas novas e até mesmo crianças.
Frente a criminosa situação, no próximo dia 5, sexta-feira a Apeoesp irá em assembleia decidir pela greve a partir de 8 de fevereiro. Uma das reivindicações centrais do Sindicato é de que os professores e parte da comunidade se manterem em aulas virtuais até que todos e todas sejam vacinados.
Já na cidade de São Paulo a categoria dos profissionais em Educação, vinculados ao Sinpeem e Aprofem, sindicatos dessa categoria, se mantém em enorme paralisia, enquanto a categoria que retornou aos trabalhos na última segunda feira(1), se encontra totalmente órfã. Em inúmeros relatos de professores, de dezenas de escolas da capital paulista, a situação é de apreensão, ansiedade e angústia, frente ao incerto e à eminência da volta ao trabalho presencial no próximo dia 10 de janeiro, com reuniões de planejamento dentro das escolas e com a volta as aulas no dia 15 de fevereiro, com alunos. Enquanto isso, o principal sindicato da categoria, o Sinpeem se mantém em quarentena, desde março do ano passado.
No Paraná, educadores e educadoras realizarão atos públicos durante a primeira sessão legislativa do ano, numa agenda que faz parte da organização da Greve Geral da Educação, aprovada na última assembleia da APP-Sindicato e marcada para começar no dia 18 de fevereiro.
A posição aprovada pelos professores do Estado é a mais correta entre as apresentadas até agora, aprovaram a greve para que educadores, pais, mães, responsáveis e estudantes tenham acesso à vacina, ou seja, as aulas só voltam com a vacinação em massa da população.
O Sindicato local reforça que não há as mínimas condições sanitárias para retorno, mesmo que da forma híbrida, pois não há vacina para todos.
Já na capital do Estado do Amazonas, em Manaus, cidade que vive o caos da falta de oxigênio, falta de leitos de UTI e enfermaria e equipamentos de segurança para o pessoal da saúde, além da explosão de contaminações e mortes, o governo ainda não marcou data para o retorno das aulas presenciais, mas os professores já se mobilizam para que a volta à escola só ocorra com vacina para todos e todas. O mote da luta dos educadores é: Sem Vacina Escola Vazia.
É necessário a aprovação de greve geral da educação brasileira contra o brutal crime dos governos fascistas que para defender o lucro dos capitalistas, querem impor a morte de 400 mil pessoas, visto que o número diário de mortes está em mais de 1300 mortes, o que significa que poderemos chegar a 300 mil mortos pelos manipulados números oficiais em menos de 2 meses, com a volta as aulas e a explosão ainda maior do número de casos.