Da redação – É certo que o ano de 2019 não traz nenhum motivo para celebração no que diz respeito às decisões tomadas pelas instituições do Estado. Afinal, o país vai se encaminhando para o quinto ano de um golpe que acabou por levar a extrema-direita ao poder. No entanto, em Pernambuco, o governador Paulo Câmara (PSB) resolveu tornar o fim de ano ainda mais amargo: sancionou, em pleno feriado de Natal, o roubo da aposentadoria dos servidores estaduais.
Com a reforma da Previdência aprovada, os funcionários públicos pernambucanos passarão a contribuir com uma alíquota previdenciária de 14% – 0,5% a mais da taxa absurda que já era imposta antes. Como de costume, a reforma não afetará em nada os capitalistas, que são os maiores sonegadores da Previdência pública e os únicos responsáveis pela crise econômica que o mundo atravessa.
Sem pudores, o governo Paulo Câmara afirma que a reforma é uma exigência do governo Bolsonaro para que Pernambuco receba os devidos repasses de verba no ano de 2020. Nesse caso, a justificativa para elaborar e sancionar uma lei que ataca os servidores do Estado é pior do que o próprio ataque – o PSB não só está disposto a saquear a aposentadoria dos pernambucanos como quer sustentar o governo Bolsonaro – impopular, ilegítimo e em frangalhos – ao longo de seu mandato.
Não bastasse toda a covardia de lamber as botas de um fascista como Jair Bolsonaro e de desviar a aposentadoria dos castigados servidores para os cofres dos capitalistas, merece ainda destaque a data escolhida para a sanção da reforma. Os políticos burgueses são tradicionalmente conhecidos por trabalharem poucos dias na semana, alongar férias, esticar feriados e dar mil desculpas para não comparecer ao serviço. Nenhum político burguês se move pelo interesse em melhorar as condições de vida de seu eleitorado – portanto, só de fato fazem alguma coisa quando são obrigados por seus patrões.
A reforma da Previdência de Pernambuco foi sancionada em um dia – na verdade, em uma semana – em que praticamente todos os políticos burgueses estão de férias, viajando com suas famílias às custas da população. Tal fato mostra a disposição tremenda do governo do PSB em sancionar mais um ataque terrível contra o funcionalismo público – e mostra, portanto, que Paulo Câmara e seus correligionários não passam de um capacho da burguesia.
A sanção no feriado de Natal é, também, uma sabotagem às próprias festas de fim de ano dos trabalhadores, que já vem sendo atacadas pela direita sistematicamente. Com um “presente de Natal” como esse, os servidores vão pensar duas, três, dez vezes antes de gastarem para celebrar a passagem do ano novo. É um recado claro: não comemorem, fiquem em casa e trabalhem! Enquanto, obviamente, houver emprego…