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Walfrido Warde

Empresário de Boulos foi o 5° maior doador da campanha de Kim Kataguiri

Empresário e articulador político de Guilherme Boulos doou R$10.000 para o candidato a deputado federal em 2018

─ Eduardo Vasco, DCO ─ O deputado federal Kim Kataguiri (DEM) virou alvo de inquérito na Procuradoria-Geral da República (PGR) e de pedidos de cassação de seu mandato pelo senador Renan Calheiros (MDB) e pelo PT e PP.

Kataguiri concordou, em conversa no Flow Podcast na última segunda-feira (07), com o apresentador Monark, quando este opinou que aqueles que concordam com as ideias nazistas deveriam ter o direito de formar um partido no Brasil.

“As pessoas não têm direito de ser idiotas? A gente tem que liberar tudo”, afirmou. “A questão é: se o cara quiser ser um antijudeu ele tinha que ter direito de ser.”

Então, o deputado respondeu: “O que eu defendo que acredito que o Monark também defenda, é que por mais absurdo, idiota, antidemocrático, bizarro, tosco que o sujeito defenda, isso não deve ser crime.” E completou: “porque a melhor maneira de você reprimir uma ideia (…) é você dando luz naquela ideia, para que seja rechaçada socialmente e então socialmente rejeitada.”

Devido a essas falas, os dois têm sido tachados de “nazistas” e vítimas de uma intensa campanha de perseguição à liberdade de expressão. Eles não defenderam o nazismo, ao contrário do que pensa a maioria das pessoas que os têm perseguido, mas apenas o direito à organização política ─ um direito democrático básico, reivindicado há séculos pelos iluministas e pelos revolucionários de toda estirpe, principalmente pelos marxistas.

Entretanto, toda a esquerda pequeno-burguesa, passando por cima da tradição mais que centenária da defesa dos direitos democráticos irrestritos, também está defendendo a censura a esses dois indivíduos.

Até mesmo os jornalistas e juristas considerados “progressistas” aderiram à campanha persecutória. Um deles é o advogado Walfrido Warde. “Apologia ao nazismo é a exortação do movimento que exterminou 6 milhões de judeus e causou uma guerra mundial. É a aceitação de ideias, como se normais fossem, que incitam a discriminação de raça e credo. Não é ato de liberdade. É crime e um inaceitável retrocesso civilizatório”, escreveu no Twitter.

Warde é sócio em seu escritório Warde Advogados do ex-chefe da Polícia Federal durante o golpe de 2016, Leandro Daiello, e garantiu o embolso de R$750 mil a Sergio Moro em um processo contra a Vale.

Ele também é empresário e presidente do Instituto para a Reforma das Relações entre Empresa e Estado (IREE), que tem entre seus diretores o general e ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) de Michel Temer, Sérgio Etchegoyen, o ex-ministro da Defesa de Temer, Raul Jungmann, e o próprio Daiello.

Como revelou reportagem exclusiva deste Diário, Warde também emprega no IREE o líder psolista Guilherme Boulos, de quem é amigo há anos e seu articulador político ─ Warde garantiu a Boulos o apoio de setores empresariais paulistanos nas eleições municipais de 2020.

Apesar de ser considerado um empresário “progressista” e mesmo “de esquerda” por Boulos, a prática de Warde demonstra o contrário. Ele garantiu uma parceria do IREE com o think tank norte-americano Global Americans, presidido pelo amigo pessoal de Warde, Guy Mentel. O Global Americans atua contra os governos de esquerda da América Latina e é formado por membros ou ex-membros de organizações ligadas direta ou indiretamente ao governo dos EUA. O Global Americans é financiado pelo NED, agência do governo dos EUA para “mudanças de regime” que nos últimos 30 anos tem executado os serviços da CIA.

Mas essas não são as únicas ligações de Warde com a direita, com o golpismo e com o imperialismo. Embora se diga de esquerda e tenha condenado Monark e Kataguiri por emitirem uma opinião supostamente a favor do nazismo, Warde financiou a candidatura do deputado do DEM nas eleições de 2018.

A página de Kim Kataguiri no sítio do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para a divulgação de candidaturas e contas eleitorais aponta que Warde foi o quinto maior doador particular de sua campanha naquelas eleições, injetando R$10.000.

Nas eleições de 2018, a campanha de Kim Kataguiri ─ uma liderança artificial treinada por organizações norte-americanas para promover o golpe de 2016 ─ teve um viés claramente fascista. Ele declarou voto em Bolsonaro no segundo turno das eleições presidenciais, afirmando que a volta do PT ao governo, com Fernando Haddad, seria “uma ameaça à democracia”. “Não dá para a gente arriscar ter o programa do Haddad, um cenário de totalitarismo assustador.”

Durante a campanha pelo impeachment de Dilma Rousseff, o cofundador do MBL e um dos líderes das manifestações golpistas chegou a afirmar que não era suficiente “fazer o PT sangrar, tem que dar um tiro na cabeça do PT”.

Mesmo com esse histórico de proeminência na campanha do golpe, anticomunismo, defesa do neoliberalismo mais feroz e impulsionador do fascismo, Kataguiri ganhou nada menos do que uma coluna de opinião no site do IREE de Warde.

Em todos os textos, o jovem neoliberal defende as doutrinas de Milton Friedman, Ludwig von Mises e Friedrich Hayek. Um dos artigos é intitulado “Já passou da hora de privatizar a educação” e outro atribui a Che Guevara frases que ele nunca disse, a fim de acusá-lo de ser um monstro assassino. Kataguiri diz que o líder da Revolução Cubana teria dito: “banharei minha arma em sangue e, louco de fúria, cortarei a garganta de qualquer inimigo que me cair nas mãos… E sinto minhas narinas dilatadas pelo cheiro acre da pólvora e do sangue, do inimigo morto”.

Por que um empresário “de esquerda”, mecenas de Guilherme Boulos e da esquerda pequeno-burguesa e identitária, abre espaço para que um protótipo de fascista destile seu discurso anticomunista e mentiroso? E pior: por que tal empresário financiou a campanha desse mesmo indivíduo, que já tinha um histórico de quatro anos de participação protagonista no golpe contra o PT, a esquerda e o povo brasileiro?

O homem que está por trás da promoção de Guilherme Boulos como um substituto de Lula na esquerda brasileira, articulando uma alternativa ao PT identitária e distante dos trabalhadores, tem laços muito mais escusos do que se apresenta. Não apenas seu instituto é “plural”, como justifica Boulos, empregando a esquerda e a extrema-direita. Mas também sua distribuição de dinheiro é direcionada ao financiamento das diversas alas do golpe e do mecanismo imperialista: tanto da direita como da esquerda fabricadas em Washington.

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