O último período tem mostrado que vivemos os anos de chumbo, do cerceamento da liberdade de expressão, desde os anos de chumbo do século passado, onde ditaduras militares sanguinárias foram instaladas em diversos países do mundo para controlar a revolta popular e censurar o discurso revolucionário.
Neste momento, ao invés da lei e da ordem, o pretexto para a instauração da ditadura do pensamento é a preservação da “diversidade social”, da pluralidade e dos direitos das minorias, coisa que é evidentemente um pretexto, visto que os tais grupos nunca estiveram tão por baixo da carne seca como nos dias de hoje. Essa ditadura se manifestou de maneira gritante na Irlanda, no último dia 7 de setembro, onde um professor de alemão de uma escola católica se recusou a se referir a um de seus alunos utilizando os seus “pronomes escolhidos”.
Enoch Burcke é católico, e ensina alemão na escola da diocese de Meath e Kildare da igreja da Irlanda. Ele recebeu, ao início do período escolar do outono, uma ordem judicial para não comparecer mais à instituição após recusar se referir a um de seus alunos por seus pronomes escolhidos. Burke se recusou a cumprir a ordem judicial, comparecendo à escola no dia seguinte, apenas para encontrar uma sala de aula vazia. Burcke declarou em forma de protesto que havia comparecido ao trabalho, o que ocasionou na sua prisão por descumprimento da ordem judicial.
Burcke declarou ao juiz do caso, Michael Quinn:
“Eu sou um professor e não quero ir preso. Eu quero estar na minha sala de aula hoje, é onde eu estava esta manhã quando fui preso”
“Eu amo minha escola, cujo lema é Res Non Verba (Ações, não palavras) mas estou aqui hoje pois me recusei chamar um garoto de garota”
“Minha convicções religiosas não são condutas inapropriadas (…) Eu nunca as negarei nem as trairei e nunca me curvarei para uma ordem que me exija que o faça. Simplesmente não é possível que eu faça isso.”
O juiz do caso julgou Burcke culpado por descumprimento de uma ordem judicial, diz o juiz que a sentença não teve nada a ver com os princípios religiosos do réu. O juiz claramente tira o corpo fora, pois a realidade é que Burcke está indo em cana por coisas que disse (ou, no caso, deixou de dizer). Não só isso, mas também é interessante observar que este fato ocorreu em uma escola católica, algo completamente esperado, uma vez que a religião se opõe ao fato ocorrido.
Não é preciso dizer que está em marcha no mundo a instauração de uma verdadeira ditadura do pensamento ao melhor estilo 1984. E o mais absurdo de tudo isso, é que a esquerda, totalmente direitizada, aplaude esse tipo de arbitrariedade. Estamos vendo neste caso, um homem perder o emprego e ser encarcerado por discordar sobre a maneira de falar e se referir a alguém, ou seja, estamos vendo um caso de crime de opinião praticamente orwelliano. A nova era das trevas se aproxima a passos largos…