Da série de entrevistas relativas às eleições de 2022, o Diário Causa Operária entrevistou Uriel Schramm Roitman, candidato a deputado federal em Brasília pelo Partido da Causa Operária (PCO).
Estudante, militante e dirigente nacional da juventude do PCO, a Aliança da Juventude Revolucionária (AJR), é ativo participante da formação de Comitês de Luta Estudantis em todo o País, na luta pelo fim do vestibular e em defesa do ensino público, gratuito e de qualidade para todos.
Diário Causa Operária: Como todos os candidatos do PCO, você é um militante. E participa das lutas populares. Como estudante, como tem sido sua intervenção (e a do Partido) no movimento estudantil no DF?
Uriel Roitman: No Distrito Federal, assim como em todo País, estamos organizando Comitês de Luta Estudantis por Lula Presidente em todas as escolas e universidades. Além de nossa intervenção com os secundaristas na luta pela formação de grêmios estudantis, contra a militarização das escolas e por um governo de estudantes, professores e funcionários, estamos dando uma atenção especial para a Universidade de Brasília, um dos mais importantes centros políticos do movimento estudantil de todo o País.
Formamos recentemente um Comitê de Luta da UnB por Lula Presidente. Nos reunimos semanalmente e realizamos uma série de atividades. Cursos, debates, panfletagens, colagens de cartazes e ensaios da nossa bateria Zumbi dos Palmares. Convocamos diariamente toda a esquerda e todo o movimento estudantil a lutar contra o golpe e por Lula presidente.
Compreendemos que para alcançar todas as reivindicações da juventude trabalhadora e dos estudantes, precisamos, antes de tudo, travar uma luta política para acabar com os golpistas e desenvolver a luta por Lula presidente e um governo dos trabalhadores. Através dela vamos desenvolver todas as organizações de juventude para criarmos uma verdadeira dualidade de poder no País.
Enquanto a esquerda fica delirando sobre o golpe de Bolsonaro, ele organiza atos com dezenas de milhares de pessoas e a esquerda resolve ficar em casa durante o 7 de setembro. Depois não vai adiantar nada chorar pelo leite derramado, PRECISAMOS FAZER CAMPANHA NAS RUAS AGORA! pic.twitter.com/h4YlcbzekE
— Uriel Schramm (@uri29uri) September 7, 2022
Diário Causa Operária: O que o PCO defende para a área da educação?
Uriel Schramm Roitman: Defendemos uma educação pública da melhor qualidade para todas as pessoas. Isso implica, de imediato, no fim do ensino privado, contra os tubarões da educação e em um ensino completamente estatal. Defendemos também, para que todos tenham acesso ao ensino superior, o fim do vestibular e o livre ingresso nas universidades. Todos precisam ter acesso ao ensino.
Para a gestão das escolas e universidades, somos completamente contra o atual modelo de administração. Não é a reitoria ou a diretoria que deve organizar as escolas, mas sim, os estudantes, os professores e os funcionários, em um governo tripartite com paridade de voto. Ou seja, para que os estudantes tenham o maior poder de decisão!
Diário Causa Operária: Quais as críticas à direção da União Nacional dos Estudantes (UNE)?
Uriel Schramm Roitman: A UNE é a maior e mais importante entidade estudantil do País. Mas há décadas ela está sendo parasitada pela direção pelega da UJS, juventude do PCdoB. Toda a luta estudantil foi subordinada à política da burocracia que se recusa a mobilizar os estudantes. As recentes posturas da entidade durante a pandemia mostraram seu caráter pelego e hostil à mobilização da juventude.
A UNE fechou as suas sedes e foi uma das defensoras do “fica em casa” durante toda a pandemia, enquanto os estudantes eram forçados a irem trabalhar e as escolas eram destruídas. A UNE também ficou favorável ao ensino remoto, uma farsa utilizada de pretexto para a destruição do ensino.
Durante as manifestações que ocorreram na pandemia, a UNE fez questão de convocar a direita para os atos, os tucanos e até bolsonaristas! Enquanto em todos os momentos ficou contra a mobilização nas ruas! Agora, a nova direção foi eleita através de um Congresso virtual totalmente fraudulento, sem a participação das bases estudantis.
É preciso reconstruir a UNE pela base, ela precisa ser reconstruída e tomada à força pelos estudantes.
Diário Causa Operária: A política identitária tem especial penetração na juventude, principalmente a de classe média. Como lidar com isso?
Uriel Schramm Roitman: É preciso fazer, como a juventude do PCO faz, uma séria campanha contra o avanço do identitarismo. Trata-se de uma política reacionária, contra os operários e em defesa dos mais obscuros interesses do imperialismo.
Enquanto a juventude não tem condições dignas de emprego, ou mesmo nem emprego tem, enquanto a juventude passa fome e vive na miséria, as pautas identitárias promovidas por parte da esquerda desviam a atenção para questões secundárias como a representatividade de mulheres, negros e LGBTs na Câmara.
A melhor forma de lidar com o problema é com a intensa campanha que o PCO faz, e ao mesmo tempo organizando a juventude na luta prática. Ao se deparar com a realidade, mesmo os setores da classe média são capazes de conscientizar e abandonar a demagogia identitária. É também por isso que convocamos todos a participarem das mobilizações e da luta política! Nas ruas, com a classe operária, a juventude se desenvolve e se mostra o setor mais consciente e mais revolucionário da população!
Diário Causa Operária: Muitos jovens têm interesse no PCO. O Partido está de portas abertas para que eles possam se organizar em suas fileiras?
Uriel Schramm Roitman: Sim! O Partido da Causa Operária dá importância máxima para organizar o trabalho com a juventude. Nós, jovens, somos os elementos mais ativos e mais importantes dentro do PCO, realidade completamente diferente dos outros partidos pequeno burgueses e burgueses controlados por políticos velhos, carreiristas e burocratas.
Além da maior disposição para travar todo tipo de embate contra os golpistas e o imperialismo, a juventude tem toda a sua vida pela frente e não deve aceitar viver dentro do regime de miséria, de fome e de desemprego ocasionado pela política neoliberal.
O PCO busca organizar quadros de juventude em todo o País dentro de seu coletivo de juventude, a Aliança da Juventude Revolucionária. Buscamos canalizar toda a revolta dos setores mais jovens para a luta política, em especial a luta contra o golpe de estado e contra a intervenção imperialista no Brasil. Convocamos todos os jovens a lutar por Lula presidente e por um governo dos trabalhadores. Para isso, tiramos nossa revista mensal que tem a tarefa de levar a política do PCO para todos os elementos jovens.
Fazer a revolução é coisa de jovem, como já dizia um dos maiores revolucionários da história, Lênin.