Nesta terça-feira (30), foi ao ar mais um programa da Rádio Causa Operária, a Análise Politica da Terça, com Rui Costa Pimenta. O tema do programa dessa semana foi Debate da Band: começa o golpe eleitoral. De maneira cirúrgica, o Presidente Nacional do Partido da Causa Operária (PCO) fez um balanço em torno da disputa do eleitorado brasileiro pelos presidenciáveis de 2022, chegando à conclusão de que o ex-presidente Lula deve ser mais agressivo ante os outros candidatos e a situação catastrófica que passa a população trabalhadora do País.
Diante de uma pergunta feita pelo apresentador, sobre quem teria ganhado o debate eleitoral, Rui aponta que é difícil dizer. Segundo ele, o debate teria sido muito ruim de conjunto. Apesar de ser uma critica que difere da repercussão nacional, principalmente nas redes sociais, para o jornalista e analista politico a discussão foi muito superficial: “O debate era muita demagogia, muita conversa fiada e pouquíssimo conteúdo real”.
Rui afirma que o candidato do Partido dos Trabalhadores (PT) foi mal, considerando que o partido e os marqueteiros não previram que ele se tornaria o alvo preferencial de todos os outros candidatos. Para ele, havia uma suposição dos petistas de que isso poderia acontecer, no entanto não imaginaram o nível de preparação dos oponentes para esse tipo de ataque. Para quem assistiu ao debate, foi nítido perceber que as acusações de corrupção contra Lula partiram de todos os lados.
Houve vários ataques também a Bolsonaro que, porém, se saiu melhor que Lula. Segundo Rui, o atual chefe do executivo foi mais agressivo e respondeu aos ataques e às críticas que foram lançadas contra ele. Contrariando o que foi dito pela maioria da imprensa e das redes sociais, de que a agressividade de Bolsonaro teria sido ruim e que isso poderia fazê-lo perder eleitores, o presidente do PCO afirma que “Lula foi tratado como um verdadeiro marginal e praticamente não revidou, enquanto Bolsonaro não baixou a guarda a rebateu as acusações dos opositores”.
Não há dúvida de que a população estava interessada em ouvir Bolsonaro e Lula, por isso os outros candidatos passaram “por baixo dos panos”, sofreram muito menos ataques. Sem contar toda a demagogia em relação à questão das mulheres que, de certa forma, blindaram as duas candidatas. Ciro Gomes tinha um objetivo claro: fazer o que fosse possível para desmoralizar o ex-presidente e seu partido e, nesse quesito, o cidadão é expert. O candidato do partido Novo também faz parte do ataque às politicas públicas.
De acordo com Rui, Lula teria chegado no debate apenas desfilando como o candidato que já ganhou as eleições. Nesse sentido, não se deve escutar de maneira cega os marqueteiros de sua campanha. Esses profissionais têm um método exclusivo para mostrar alguma coisa, ou algo, em uma determinada situação. Em um debate político, a situação pode ser muito fluída e até se modificar rapidamente. E Lula tem apelo popular por justamente se portar e saber se comunicar com o povo, independente dessa situação. “Esse debate abre uma verdadeira crise, e uma verdadeira crise também na campanha do PT”, colocou o companheiro Rui.
Para o presidente do PCO, as premissas da campanha estão erradas, e Lula não deveria ter deixado nada sem resposta, como a primeira pergunta de Bolsonaro, por exemplo. Deveria ter denunciado muito mais o golpe de Estado e jamais ter elogiado Ciro Gomes, que o respondeu chamando-o de presidiário.
“É um alerta importante para a campanha do Lula, boa parte do material a essa altura já deve estar gravado para campanha eleitoral gratuita, será que eles vão continuar nessa novela ou vão partir para uma coisa mais agressiva?”, indagou Rui.
A conclusão que deve ser tirada do primeiro debate é que é necessário se preparar para os ataques, conversar com os trabalhadores e apontar o regime golpista que assola a vida da população pobre e explorada. Por fim, dar uma guinada total na campanha, mostrar para burguesia que não tem Lula “paz e amor”. Mostrar que união da classe operária nas ruas é a única forma de derrotar e modificar o regime apodrecido que cerca o povo em geral.