O ano de 2022 provavelmente vai entrar para a história do Brasil e também do mundo. A crise do capitalismo atinge o limite máximo aceitável pelos trabalhadores, a partir do qual só resta como saída a revolução com a implantação do governo operário e rumo ao comunismo, após passar pela etapa de transição que é o socialismo.
No Brasil temos as eleições mais antidemocráticas já vividas pelo povo. São tantas as arbitrariedades já cometidas que praticamente não existe mais uma rotina eleitoral para envolver a população, pelo contrário, todas as medidas são em sentido contrário, tanto que praticamente só existe campanha nas emissoras de televisão, nada nas ruas, nem comícios abertos, apenas os fechados e com revista dos interessados na entrada.
Tudo parece feito para tirar o povo de participar do processo eleitoral para apenas comparecer à urna e colocar seu voto de forma mecânica e alienada de todo processo de eleger seus representantes para o parlamento.
O marco do início da crise econômica atual é a quebra da bolsa de Nova Iorque em 2008, afetando também os sistemas financeiros mundiais com destaque para a Itália, Espanha, Grécia, Portugal e toda a Europa, que foi quem mais sofreu o impacto da retração financeira.
Muitas empresas e bancos abriram falência, aumentando o desemprego, a inflação e diminuindo o fornecimento de crédito . A quebradeira generalizada do valor das ações das empresas nas bolsas de valores resultou no socorro imediato do sistema financeiro com injeções de bilhões por parte dos governos federais, tentando conter os efeitos que se mostrariam no tempo muito mais nocivos ao sistema capitalista.
O socorro às empresas é imediato enquanto que o socorro aos trabalhadores é muito lento e depende de outras condições, como por exemplo a vontade política e outras inúmeras desculpas. Salvar o capital é mais importante que salvar vidas humanas vitimadas pela fome, frio e sede. O estado burguês não se incomoda com os trabalhadores apenas com os lucros do capital, o que é esperado desse estado, por isso é necessário substituir o estado burguês pelo estado operário, para atender os interesses dos trabalhadores em primeiro lugar.
Para piorar o que já era ruim veio a pandemia e até agora o saldo “oficial” é de cerca de 3 milhões de mortos, na maioria da classe trabalhadora por ter menos recursos para se proteger com falta de medicamentos, hospitais, testes e máscaras, onde ficou clara a negligência do estado burguês com essa classe.
Para aprofundar mais a crise em 24 de fevereiro de 2022 a Rússia move uma ação militar para desnazificação e desmilitarização da Ucrânia, usada pela Otan, EUA, Inglaterra e seus títeres para avançar na implantação de bases militares da Otan nos países do leste europeu que fazem fronteira com a Rússia. Isso é uma ameaça real aos russos.
A ação militar russa ocorre em defesa de seu povo e de seu território contra os interesses imperialistas que desejam se apropriar de seu petróleo, gás e recursos minerais que são abundantes na Rússia. O processo que o imperialismo usa é o mesmo que ocorreu nas primaveras árabes, na invasão do Iraque, da Síria, do Afeganistão, Paquistão e inúmeros outros.
Em todas essas invasões o objetivo central é se apropriar do petróleo e demais recursos naturais. Para isso invocam a existência de armas nucleares, químicas, e outras para invadir. Como hoje sabemos, no Iraque não foram encontradas armas químicas, em compensação toda produção do petróleo está sob controle dos EUA, isso no Iraque e na Síria também. Tudo indica que o próximo alvo pode ser a região Amazônica, rica em petróleo, e outros minerais importantes para serem usados nas indústrias.
As crises capitalistas acentuam a luta de classes por acentuar as diferenças na distribuição da riqueza produzida no país. Enquanto o sistema acumula muita riqueza para os empresários imperialistas, por outro lado acumula muita miséria, fome e sede para os trabalhadores. É assim que se constitui o processo de produção capitalista.
As eleições têm a função de eleger os representantes do povo para o parlamento. Como estamos diante de um estado burguês, cuja função é gerenciar a riqueza do capital, a burguesia interfere diretamente no processo para garantir que sejam eleitos apenas os políticos simpáticos a eles. Podem até distribuir algumas querelas à classe trabalhadora, mas só isso, nada de substancial. Caso contrário não serão eleitos ou se forem eleitos serão derrubados por golpes de estado patrocinados diretamente pelo imperialismo, entenda-se Washington.
Os primeiros partidos políticos foram criados pelos trabalhadores para fortalecer a união entre eles e fazer frente ao poder gigantesco dos capitalistas na luta de classes, depois com os primeiros sucessos da ação partidária, a burguesia criou os seus para se contrapor aos partidos operários. E para conquistar a confiança dos trabalhadores, prometem mundos e fundos para os trabalhadores se forem eleitos. Hoje os trabalhadores aprenderam que promessa não é dívida, e que as promessas nunca foram cumpridas.
O que mantém esses partidos da burguesia ativos é o financiamento pleno deles por parte da burguesia. Esses partidos não têm militância nem filiados, como manter a estrutura partidária sem filiados? As empresas são quem mantém esses partidos abertos. Partidos autenticamente identificados com a luta dos trabalhadores jamais serão financiados pelo capital empresarial, e é obvio o motivo, na luta de classes financiar o oponente é como dar tiro no pé ou cometer suicídio. Os partidos que recebem financiamento do meio empresarial fatalmente se colocam a serviço do capital e iludem os trabalhadores. Afinal quem paga a banda escolhe a música. Não é assim?
Como a crise do capitalismo já ultrapassou uma década sem perspectiva de sair dela, deixou como resultado milhões de desempregados, 470 milhões no mundo segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT) dados de 2020 antes da pandemia e incluindo os subempregados e os que desistiram de procurar emprego. Já a pandemia ceifou a vida de mais de 3 milhões.
O número de moradores de rua pelo mundo aumentou significativamente. Em território nacional são cerca de 221.869 segundo dados do Ipea de 2020. Nos EUA são cerca de 500 mil, .o mesmo na Alemanha e praticamente toda a Europa segue o mesmo padrão. A Federação Europeia das Associações Nacionais que Trabalham com os Sem-Teto (Feantsa, na sigla em francês) confirmou a tendência crescente com um estudo recente, que aponta uma piora da crise social e um crescimento cada vez maior da desigualdade entre ricos e pobres. Estes dados são de 2016, antes da pandemia e da crise entre Otan, EUA, Inglaterra e UE que atuam contra a Rússia em território da Ucrânia. Na zona do euro ainda contam com o crescimento do número de refugiados que reforçam esses dados e também da deterioração do emprego.
Diante da grave situação da classe operária frente à classe capitalista imperialista, a questão da organização e união dos trabalhadores é questão de sobrevivência dela. Isso só é possível através de suas organizações sindicais, partidos políticos e demais movimentos sociais.
Como as coisas estão na política partidária, nos sindicatos e demais movimentos sociais está claro que caminhamos para a derrota da classe operária. As políticas adotadas pelas organizações dos trabalhadores estão muito aquém do que é necessário neste momento. Em geral buscam desesperadamente a conciliação de classes, quando a classe capitalista já deixou claro que quer salvar a economia não os trabalhadores.
Nesse sentido, só o enfrentamento direto poderá mudar a correlação de forças a favor dos trabalhadores. Os capitalistas com crise e com tudo estão aumentando os lucros e as suas riquezas, ao passo que os trabalhadores perdem o emprego, o atendimento médico, os benefícios sociais a moradia e tudo mais.
Mas como os fatos são teimosos, a realidade deixa claro para os trabalhadores que é chegada a hora de se mobilizar para poder voltar a ter as mínimas condições de vida, avançando contra o poder do estado capitalista para enfim torná-lo em estado dos trabalhadores. Já que perderam demais da conta e não querem mais continuar a pagar as contas para manter os lucros enquanto sofrem todas as mazelas impostas pelo capital.
Felizmente para os trabalhadores identificamos que apenas um partido resume as condições para esse enfrentamento. Um partido que não sucumbiu aos flertes do capital, que se mantém fiel aos princípios da luta dos trabalhadores, que mantém uma política ajustada ao momento e que objetiva tirar os trabalhadores da inércia e colocá-los em movimento em busca do que é seu por direito. Por justiça social, por liberdade de expressão, por jornada de trabalho reduzida para 35 horas semanais sem redução dos salários para que muitos mais possam sair do desemprego e voltar a ter um salário e manter sua família.
Esse partido é o que vem apresentando a cada dia maior aceitação pelos trabalhadores, que vem engrossando suas fileiras de militantes e que luta pela emancipação dos trabalhadores e seus segmentos como as mulheres, os negros, povos indígenas, os de outras opções sexuais. Que a luta de todos esses segmentos só poderão ter sucesso com a união de todos contra o verdadeiro opressor, o sistema capitalista.
É essa a luta do partido que vem sendo cada vez mais aceito como autêntico representante das classe de trabalhadores e do povo em geral. Esse partido é sem a menor sombra de dúvidas o PCO. E a prova que isso é real é que o sistema imperialista está impondo sérias restrições a sua atuação na sociedade, com o fechamento de todas as suas redes sociais na internet, com o enorme atraso na entrega das verbas partidárias, com ameaças judiciais contra sua direção, etc. Mesmo assim o partido está com presença destacável nas eleições
Na política existe uma máxima que diz que não se deve chutar cachorro morto, então se o PCO está sendo chutado é porque está incomodando muito o sistema. Isso indica que estamos no caminho certo para aumentar a ferida mortal desse sistema produtivo injusto e anti-democrático.
Esse partido é o PCO, o partido que comparece às eleições para convocar o povo à luta. Que não tem compromisso com os inimigos do povo, muito pelo contrário. Que tem na mobilização a ferramenta decisiva para a luta política. E que luta pela Revolução, governo operário, comunismo. Quem bate cartão não vota em patrão!