Para fechar com chave de ouro um ano de muitas vitórias para o Partido da Causa Operária, o ato do dia 12 de dezembro, em São Paulo, reunirá militantes e ativistas de País inteiro na Avenida Paulista. Esse deverá ser o último ato da campanha Fora Bolsonaro, Lula Presidente do ano de 2022, que foi marcado por uma sequência de mobilizações muito importantes para a luta contra o governo Bolsonaro e o conjunto da direita golpista.
Mesmo diante de um regime que evolui cada vez mais para uma ditadura, o ano de 2022 foi muito diferente da paralisa do ano de 2021. Naquele ano, a pandemia de coronavírus, que hoje já matou 600 mil brasileiros, serviu como a desculpa perfeita para que a burocracia sindical e as direções da esquerda pequeno-burguesa decretassem, oficialmente, a política que já vinham adotando de maneira dissimulada: o “lasque-se o povo, fiquemos em casa”.
A campanha histérica da esquerda pequeno-burguesa se somou a uma repressão brutal. Patrões carniceiros que obrigaram os trabalhadores a pegar conduções lotadas ficaram encastelados, assistindo a seus cofres ficarem mais cheios. Enquanto isso, quem não tivesse dinheiro para comprar uma máscara poderia ser preso ou multado!
Pouco a pouco, os trabalhadores foram derrubando o assédio contra as manifestações de rua. Em maio de 2020, os torcedores do Corinthians, junto com militantes do PCO, botaram a extrema-direita para correr e retomaram as ruas. O movimento Fora Bolsonaro, no entanto, ainda não estava suficientemente maduro e acabou arrefecendo, na medida em que foi abertamente sabotado por Guilherme Boulos (PSOL), que entregou os atos para a Polícia Militar e para o PSDB, e não contou com a adesão dos aparatos da esquerda nacional. Mesmo assim, os atos daquele período serviram para reagrupar toda uma vanguarda da luta contra o golpe, que rompeu com as burocracias e passou por cima do “fique em casa”.
No primeiro de maio deste ano, enfim, o dique do “fique em casa” foi rompido de vez. Impulsionado pelo PCO, o ato em São Paulo reuniu cerca de duas mil pessoas de todas as regiões do País. Aqueles que já vinham saindo às ruas no ano anterior participaram ativamente do ato e colocaram em perspectiva a formação de uma verdadeira frente única da esquerda, de luta e classista.
A mobilização do primeiro de maio não se deu ao acaso. Quase meio milhões de pessoas já haviam morrido pela crise sanitária, a fome passou a ser uma realidade cada vez mais frequente e as revoltas contra a política da direita eram quase que diárias. O ato acabou servindo como o último golpe que faltava para que o dique de contenção fosse derrubado. Os trabalhadores chutaram para cima o “fique em casa” e inauguraram uma nova etapa de lutas.
Ainda em maio, aconteceu o primeiro ato de massas desde o início da pandemia. Cerca de um milhão de pessoas foram às ruas. A mobilização de rua passou a ser um fator decisivo na política nacional. Antes, o que era apontado como “oposição” ao governo Bolsonaro era a CPI, um circo direitista para promover figuras reacionárias como o vigarista Renan Calheiros. Com a mobilização, a oposição ao governo se revelou um poderosíssimo movimento popular, que tinha o potencial de colocar não só o governo abaixo, mas o regime de conjunto. Os trabalhadores passaram a ganhar mais confiança em sua política e a candidatura de Lula se fortaleceu.
Os trabalhadores forçaram a burguesia a organizar uma reação. Os golpistas tentaram a todo custo enfiar o verde e amarelo nas manifestações, a infiltrar direitistas como Roberto Freire (Cidadania) e fazer uma campanha desesperada pela “frente ampla”. Esqueceram, contudo, que não jogavam sozinhos.
Os companheiros que se reuniram para organizar o ato de primeiro de maio, contra tudo e contra todos, acabaram formando uma ferramenta muito importante para a luta da classe operária: o Bloco Vermelho. Sob a direção política do Partido da Causa Operária, dezenas de organizações de base atuaram durante todo esse período como uma frente única de combate a todas as provocações e infiltrações da direita. Foi esse bloco que expulsou o PSDB dos atos, hostilizou a Força Sindical e Ciro Gomes, sufocou o verde e amarelo com a cor da luta dos trabalhadores e colocou a campanha por Lula Presidente nas ruas. Esse bloco, que expressava os sentimentos da esmagadora maioria do povo, acabou com a farra da “frente ampla”. Levou até as últimas consequências a luta das massas e fez com que a burguesia mudasse de política.
Agora, em vez de tentar infiltrar seus funcionários nos atos, a direita está em campanha para acabar com a mobilização de rua. Já que não pode mais mandar os golpistas para as manifestações, sob o risco de serem gravemente hostilizados, agora pressiona para que os trabalhadores voltem ao “fique em casa”.
O setor que esteve em casa enquanto se formava o Bloco Vermelho já capitulou. As direções de todos os partidos de esquerda, com exceção do PCO, cancelaram, vergonhosamente, os atos que estavam marcados para o final do ano. Colocaram a viola no saco e já fizeram as malas para suas férias no exterior, se o dólar assim permitir.
Em contrapartida, o Bloco Vermelho está, mais uma vez, tomando a iniciativa para que os atos aconteçam, defendendo, na prática, os interesses da classe operária, em oposição à covardia das direções da campanha Fora Bolsonaro. Não é possível retornar ao “fique em casa”: as restrições da crise sanitária acabaram, o país está explodindo de tanta miséria e falta menos de um ano para a eleição. A iniciativa da esquerda neste momento é urgente, é preciso agir agora, enquanto a burguesia está batendo cabeça, ainda indecisa sobre quem será o seu candidato.
A esquerda já tem seu candidato, já tem um movimento e já tem os seus soldados. Basta convocá-los!
O dia 12 de dezembro é um passo fundamental neste sentido. Convocado pelo Bloco Vermelho, a manifestação servirá para apontar o caminho da mobilização para os trabalhadores. O ato começará às 14h, na Avenida Paulista, e terá com principais palavras de ordem o programa da classe operária para a atual etapa: a derrubada do governo golpista (Fora Bolsonaro) e a campanha em torno da maior liderança popular da América Latina (Lula Presidente).
As caravanas para o ato já estão se preparando para viajar. Todos aqueles que querem a continuidade do movimento, que querem ver evoluir a luta dos trabalhadores contra a direita, devem ir à manifestação. Participe do ato, some-se às caravanas e venha com suas bandeiras e faixas pelo Fora Bolsonaro e Lula Presidente.