A Primeira-Ministra da Suécia renunciou após seu governo ter sido derrotado nas eleições de domingo (11). O bloco de esquerda pró-imperialista de Magdalena Andersson perdeu para a coalizão liderada pelos partidos de direita. Ulf Kristersson, dos Democratas Suecos, venceu oficialmente as eleições gerais na Suécia. Magdalena Andersson, da social democracia, já admitiu a derrota. Este Diário vinha atualizando a situação do país, definindo que “o declínio do Partido Operário Social Democrata da Suécia também é um dos grandes saldos do pleito do último domingo (11)”.
Um processo contínuo e gradual de decadência do partido, que tem sido o principal porta voz do imperialismo no país desde a década de 1930, levou a uma derrota vergonhosa, pois, por defender políticas contrárias aos interesses dos trabalhadores, progressivamente permitiu o avanço da extrema-direita. O partido agora não apenas foi derrotado, mas se vê confrontado com uma extrema-direita bastante ativa.
O bloco de direita conquistou 176 cadeiras contra 173 da esquerda pró-imperialista, de acordo com a autoridade eleitoral do país, e reportado pela Reuters. Como norma, existe a recontagem na Suécia, mas já ocorreu a renúncia da Primeira-Ministra e Kristofferson já fala como Primeiro-Ministro em coletivas pela Suécia.
O Partido Social-Democrata tem dominado a política sueca desde os anos 1930. Finalmente, sempre foi o partido principal do imperialismo no país, aquele mesmo que a esquerda brasileira tem como referência. Andersson integrou a Suécia à OTAN e apoiou sanções contra a Rússia, promovendo a desgraça da população com problemas energéticos. A conta de energia subiu e a inflação disparou. Esses sociais democratas suecos, portanto, não passam de elementos vinculados à burguesia e ao imperialismo.
Os Democratas Suecos, partido que faz parte do bloco vencedor (com maioria parlamentar), que de democratas não tem absolutamente nada, é um partido de extrema-direita e existe desde os anos 1980. Se tornaram a segunda maior força do país e irão liderar o novo governo com amplo apoio popular, pois além de ter levado a Suécia à condição de vassalo da OTAN e ter empobrecido a população, se apoia em políticas demagógicas, identitárias.
Demagógica campanha migratória fracassou
Depois de anos acolhendo mais migrantes que qualquer país europeu, Estocolmo reconheceu que não pode apoiá-los financeiramente, nem forçá-los a se conformar com suas leis, levando os suecos a organizarem um forte movimento anti-imigração, fortalecendo a extrema-direita.
Andersson já tinha admitido que a integração dos migrantes era frágil. Precisou estabelecer um maior acolhimento ao mesmo tempo em que lidava com tumultos generalizados em várias cidades que, ao lado da pressão, também o obrigavam a tomar medidas contra os migrantes pobres. A Suécia passou a ter uma convulsão anti-imigratória, anti-muçulmana, ao mesmo tempo que o identitarismo utilizava grupos desfavorecidos com a política meramente identitária. A população de imigrantes do país dobrou nos últimos 20 anos e agora representa um quinto da população sueca, um número de mais de 40% dos suecos.
A imigração não é a única questão que levou os eleitores a defenestrar os social-democratas. Como já enunciamos, assim como em toda a Europa, a Suécia está no meio de uma crise econômica e a recessão técnica é uma realidade para 2023. Por isso mesmo, muitos depositam esperança na extrema-direita. Contudo, o imperialismo se oportunizará da crise e poderá fazer o de sempre: despejar bilhões de dólares para organizar a Suécia como máquina de guerra e de destruição de muçulmanos, aumentando o patamar da crise.
Estados Unidos e UE jamais se oporão a um governo de extrema-direita, como não o fizeram com nenhum governo recente. Podem até pacificá-lo ou militarizá-lo, pois governos europeus se compram, facilmente, por meio de armas e um pouco de “filantropia”, já que mais de vinte milhões de crianças passam fome, muitos sem-teto precisam ser escondidos estando com estômago nas costas, totalizando mais de cem milhões de europeus na indústria de Soros e outros fundos abutres, sem contar a ganância dos bancos europeus. Deste modo, a extrema-direita veio para vingar em toda a Europa novamente, mas são produto do imperialismo e a falência da esquerda europeia, que decidiu brincar de identitarismo, sendo aplaudidos pela grande burguesia.