Morreu nesta quinta-feira (08) a Rainha Isabel II do Reino Unido, em seu castelo na Escócia, aos 96 anos.
Seu reinado durou 70 anos, o segundo mais longevo da história. Ela esteve sentada no trono desde 1952, quando foi coroada.
Isabel ─ ou Elizabeth ─ era dona de uma fortuna de mais de 500 milhões de dólares, cuja maior parte agora é do Rei Carlos, seu sucessor. Além disso, a família real não paga impostos no Reino Unido. E tem o país disponível para si. “Mamata”, não?
Mas não é só isso. A rainha, ou o rei, não podem ser presos. Ou seja, “mamam” o dinheiro público, não têm obrigações financeiras e ficam absolutamente impunes.
Ainda, a rainha ─ ou o rei ─ tem a prerrogativa de sancionar ou vetar as leis estabelecidas pelo parlamento. Ela pode inclusive dissolver o parlamento e destituir o primeiro-ministro. É, ainda, quem tem o poder de declarar guerra.
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Tratam-se de privilégios hereditários advindos de tempos quase imemoriais.
Mas a monarquia é uma classe parasitária. Mais parasitária que a própria burguesia. Isso porque o que constitui o homem como um homem, ou, em outras palavras, um cidadão como tal, é o seu trabalho. E a monarquia simplesmente não trabalha.
Os capitalistas ─ ao menos em sua origem ─ conseguiram acumular capital para investimento em seus empreendimentos visando o lucro. Isso deu origem à moderna propriedade privada.
Mas a monarquia é uma classe social ultrapassada, anacrônica. Não pertence à sociedade moderna. Vive de privilégios concedidos por ninguém ─ a não ser por Deus, que não existe.
A monarquia sempre foi uma classe parasitária, nos últimos séculos reacionária e improdutiva. Por isso os jacobinos a derrubaram e, tal como os bolcheviques, a eliminaram.
O papel progressista da monarquia é algo do passado. Sobreviveu em alguns países pontualmente em determinados momentos do século XIX, como no Brasil, quando Dom Pedro I encabeçou a luta pela Independência do Brasil do Reino de Portugal. Mas era progressista porque era, precisamente, uma luta contra outra monarquia, a monarquia de um país colonialista. A Independência, realizada pelo monarca brasileiro, foi episódio decisivo para a derrocada da própria monarquia em 1889. Foi ela quem acelerou o processo republicano.
Ainda mais no século XXI, a persistência de regimes monárquicos é uma característica que comprova a incapacidade do sistema capitalista imperialista de trazer qualquer possibilidade de progresso para a humanidade. Prova que o regime atual é caduco e reacionário.
Se houvesse uma democracia verdadeira em algum lugar do mundo, a monarquia seria incompatível com ela. Pois, se a democracia significa o poder do povo, e a monarquia governa acima do povo, ela não deve existir.