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Interior de São Paulo

Servidores relatam arapongagem das redes sociais em Taquaritinga

Servidores públicos relatam um esquema de monitoramento e vigilância por parte de cupinchas do prefeito municipal Vanderlei Mársico (PSDB).

Um grupo de servidores da rede municipal de educação de Taquaritinga procurou a redação deste Diário, nesta segunda-feira, 30 de agosto, para relatar a existência de um sistema de arapongagem na administração Vanderlei Mársico (PSDB).

A arapongagem consiste no destacamento de cupinchas do coronel bolsonarista para monitorar e “printar” as postagens de servidores públicos da educação nas redes sociais. Se os servidores expressam críticas à política da administração municipal, se queixam dos baixos salários, da falta de infraestrutura adequada para a prestação dos serviços e afins, os prints são remetidos pelos cupinchas para a alta cúpula da burocracia da Secretaria Municipal da Educação.

Os posts nas redes sociais são usados pelos burocratas do prefeito bolsonarista como “provas” para intimidar, perseguir, coagir e infligir medo nos servidores públicos nas escolas e nos demais locais de trabalho, de forma a forçá-los a ficar em silêncio e não criticar ou reclamar das condições de vida, trabalho e salário.

É preciso denunciar amplamente entre os professores municipais, servidores e a população a vigilância das redes sociais dos servidores da prefeitura de Taquaritinga. A liberdade de expressão consta na Constituição de 1988 e ninguém pode ser perseguido e intimidado em virtude de suas opiniões em geral – e políticas em particular – expressas nas redes sociais. A perseguição aos servidores públicos tem como única finalidade silenciar as críticas e forçar a aceitação do domínio político de uma oligarquia reacionária de proprietários dos meios de comunicação e transporte da cidade, intimamente ligada ao controle do poder público.

O episódio relatado pelos servidores de Taquaritinga remete aos períodos da histeria do macarthismo nos Estados Unidos. Após a Segunda Guerra Mundial, foi implementado um sistema de perseguição e repressão política na sociedade americana, que atingiu com profundidade o serviço público. Todos os que supostamente demonstrassem simpatia pelas causas identificadas com a esquerda e com o Partido Comunista dos Estados Unidos (PCUSA) eram duramente perseguidos e, em diversos casos, demitidos e banidos do mercado de trabalho por muitos anos. O sentido do macarthismo era impedir qualquer mobilização revolucionária que questionasse os fundamentos da sociedade capitalista americana. 

O que os servidores postam em suas redes sociais privadas é um assunto particular. Qualquer tentativa de cerceamento e perseguição em virtude de opiniões deve ser amplamente denunciado e repudiado pelos servidores, pelos partidos de esquerda, sindicatos de servidores públicos (SSMT) e pela Apeoesp. É preciso defender com intransigência os direitos democráticos da população.

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