Na última semana tomou conta das discussões da situação política o caso envolvendo o youtuber Monark. Diversos setores da direita e da extrema-direita nacionais, se utilizando da política criminosa de supressão da liberdade de expressão, desferiram contra ele uma intensa campanha caluniosa. Uma fala de Monark sobre a liberdade da legalização de partidos no Brasil – que ele ilustrou dando o exemplo da legalização de um hipotético partido nazista – gerou uma reação dos setores mais reacionários e poderosos do país. Um importante componente destes setores que passaram a atacar e caluniar o apresentador é o lobby israelense, representado por associações judaicas do Brasil ou associações de defesa dos judeus do Brasil e do mundo todo.
Primeiramente, é preciso deixar claro que Monark, em nenhum momento, fez qualquer tipo de apologia ao nazismo. Em sua fala, ele não se declarou nazista, não declarou apoio ao nazismo e não fez elogio aos nazistas. A colocação dele foi, pura e simplesmente, de que era a favor de que qualquer partido deveria poder ser legalizado no Brasil, inclusive o partido nazista. Extrapolar a afirmação para algo antissemita é uma falsificação absoluta.
Além disso, é preciso destacar a forma como o lobby israelense procura justificar todos os crimes cometidos pelo Estado de Israel e pelos bilionários judeus ao redor do mundo se utilizando do seu “patrimônio de sofrimento”, herdado do holocausto. A ideia parece ser que, uma vez que se tenha sofrido algo desse tipo, você tem o direito de fazer o que quiser, até o fim dos tempos.
É importante destacar que o lobby judeu é um dos mais poderosos e importantes do mundo capitalista. Trata-se de um lobby de gente muito rica, de bilionários. Não tem nada a ver com os pobres coitados que foram jogados em campos de concentração. Inclusive, dizem que nennhum presidente dos EUA é eleito sem o apoio desse lobby. Trata-se de um setor poderosíssimo, que se escora na questão do holocausto para proteger os seus interesses e apoiar todo tipo de crimes.
O antissemitismo
Em todo esse debate, uma questão que surge com frequência é a do antissemitismo. Embora os nazistas tenham sido responsáveis por diversos ataques à classe operária, à esquerda, aos sindicatos, aos partidos comunistas e às organizações populares, o principal destaque que se dá é à questão da sua perseguição e execução de judeus.
A afirmação de Monark, embora não fale nada a respeito dos judeus, deu lugar a uma campanha histérica que procurava acusá-lo de antissemita. Inclusive, com a apresentação de um projeto de lei de um deputado petista que visava aumentar a pena de prisão para pessoas que fizessem afirmações que pudessem ser consideradas antissemitas.
Quando se coloca a questão em meio à situação política nacional, é muito simples dizer que o antissemitismo é uma prática típica da extrema-direita nazista e que é algo criminoso, que deve ser repudiado. No entanto, ao extrapolar essa questão para o resto do mundo, particularmente o Oriente Médio, fica claro que não é tão simples quanto parece.
Em todos os países que vivem sob a opressão do criminoso Estado de Israel, a questão do antissemitismo se coloca de forma completamente diferente. O Estado de Israel, com sua “patrimônio” de sofrimento herdado de judeus que realmente sofreram em campos de concentração, vem causando aos palestinos e a outros povos que se encontram na sua zona de influência, um sofrimento tão ruim quanto o infligido aos judeus de outrora pelos nazistas. Em meio aos despejos, bombardeios, assassinatos, perseguição e opressão realizados por esse estado monstruoso, a população palestina e de outros países se vê extremamente revoltada e
Em meio à Palestina, é muito difícil encontrar alguma pessoa que não tenha ódio profundo dos judeus. Embora marxistas e revolucionários tenham a compreensão de que o Estado de Israel é uma burguesia em aliança com o imperialismo, que leva adiante a política de bilionários contra as populações de outros países da região, um cidadão comum da Palestina não compreende isso. Se ele for questionado sobre o tema, ele dirá com todas as letras, que todos os judeus devem morrer, sem sombra de dúvidas. E é dessa mesma forma em diversos outros países do Oriente Médio. É preciso, portanto, perguntar para os esquerdistas que se revoltam tanto com a questão do antissemitismo, se eles são a favor de reprimir os palestinos também.
É importante compreender que o holocausto, embora tenha sido um gigantesco crime contra os judeus do passado, não dá “licença moral” para que bilionários judeus de hoje em dia pratiquem crimes contra populações de diversos países do mundo, a mando do imperialismo. É preciso repudiar também a tentativa dos identitários de criar um holocausto fictício que teria ocorrido no Brasil em meados dos anos 1600 ou 1700, para justificar suas ações e seu abuso moral contra o resto da população. A luta deve ser contra as mazelas e a opressão do tempo atual, concretas e reais, e não contra fantasmas do passado.