Em entrevista publicada pela golpista Folha de S.Paulo, o ex-presidente do Partido dos Trabalhadores, Rui Falcão, afirmou ser contrário à articulação que está a pleno vapor dentro do PT para que o candidato a vice na chapa de Lula nas eleições deste ano seja o “ex” tucano, Geraldo Alckmin.
Rui Falcão talvez seja uma das figuras importantes da direção do PT que se coloca abertamente contra Geraldo Alckmin e denuncia a desmoralização de possuir um vice como o “ex” tucano. Rui Falcão é deputado federal e membro da Executiva Nacional do PT, foi presidente nacional do partido de 2011 a 2017 e coordenou as campanhas eleitorais de Lula e Dilma.
Durante a entrevista, Rui Falcão afirmou que “Lula não precisa de uma muleta eleitoral” e que “Alckmin é a contradição a tudo isso que fizemos e pretendemos fazer. Terceiro, dá uma sinalização muito negativa para uma campanha que tem que ser aguerrida, mobilizada e com a construção de comitês de defesa da eleição do Lula que permaneçam depois como comitês de apoio do programa de transformação”.
A afirmação do deputado petista é certeira e demonstra que se há na direção nacional do partido essa posição, na base, o repúdio ao petista é ainda maior. E particularmente ainda mais evidente nos setores mais organizados da classe operária, como os professores do Estado de São Paulo e que a fala da presidente do sindicato dos professores (Apeoesp), a deputada petista Isabel Noronha (Bebel) dizendo que uma aliança com Geraldo Alckmin não será tolerada e do presidente do PT paulista e ex-presidente da CUT, Luiz Marinho.
Outra afirmação correta de Rui Falcão, que mostra um deslocamento do PT à esquerda contra uma ala mais burocrática e que busca “virar a página” do golpe, é a de que ele vê com bons olhos a fala de Lula em revogar a reforma trabalhista. “As prioridades não podem ser determinadas pela Faria Lima“, disse.
A declaração é importante e mostra um repúdio dentro do PT contra alianças com a direita golpista e um vice como Geraldo Alckmin, e a defesa de um programa mais combativo, mais nacionalista e de defesa dos trabalhadores, indicando um deslocamento à esquerda de Lula e do PT.
A campanha contra Geraldo Alckmin e por um programa ainda mais nacionalista, com anulação da reforma trabalhista, da previdência, de nacionalização de empresas importantes para o desenvolvimento nacional, contra a direita, deve ser incentivada e apoiada para mobilização das massas populares para defender nas ruas a candidatura e um eventual governo Lula contra a direita imperialista e golpista, e até mesmo de um setor da esquerda com ligações com o imperialismo.