Ontem, dia 8 de setembro de 2022, foi o dia da morte de Elizabeth II, rainha do Reino Unido. Antes disso, no dia 7, comemorou-se o bicentenário da nossa Independência, fato notável ocorrido em 1822, sob o comando de D. Pedro I.
Vale a pena, para quem tem estômago, acompanhar a diferença de tratamento entre essas duas figuras da realeza. O homem que mudou o status político do Brasil, que de vice-reino voltaria a ser, não fosse sua intervenção, colônia de Portugal, sofre todo o tipo de injúrias por parte da grande imprensa e “especialistas” de plantão.
Do outro lado, a mulher que ficou setenta anos no trono de um país imperialista, que barbarizou por toda a parte – os argentinos que o digam -; essa senhora recebe todas as honras e tapetes vermelhos que a sabujice permite.
Uma das acusações que fazem contra D. Pedro é o fato de que nunca teria libertado o Brasil do domínio da Inglaterra, como se tivéssemos passados de colônia portuguesa a colônia inglesa. Bom, se isso fosse verdade, como tentam nos fazer crer, qual o sentido de chorar a rainha de um país que teria sido nosso dono? Talvez a falta de vergonha da grande imprensa, sua propensão a lamber os imperialistas, explique.
A tribo dos Tchutchucas
É claro que a Inglaterra sempre esteve de olho no Brasil, aliás todos os países imperialistas sempre estiveram. Hoje, existe uma grande campanha mundial para “internacionalizar” a Amazônia. Sim, as grandes potências, que destruíram seus ecossistemas, estão muito preocupados com a nossa floresta. Não plantam uma única árvore no próprio quintal, mas a Amazônia…
Talvez essa “preocupação” se deva às incalculáveis riquezas que temos no nosso território amazônico: aquíferos, bioma, ouro, urânio, petróleo, gás natural etc.
O mais curioso é que na esquerda apareçam representantes indígenas que atacam nossos antigos governantes e vão justamente beijar as mãos de políticos do imperialismo.

Sônia Guajajara, uma índia gourmet, foi aos EUA pedir intervenção na Amazônia, acredite quem quiser. Mais ou menos alguém querer colocar Drácula como diretor do Banco de Sangue. Após a visita, se intensificaram as pressões para que se internacionalize a floresta.
O que motivou a visita foram os assassinatos do jornalista inglês e do indigenista. No entanto, o que não falta é violência e morte na região. E não são os Estados Unidos que vão resolver isso. Na Colômbia, por exemplo, onde supostamente foram combater o tráfico, a produção de cocaína até aumentou. Ir pedir aos Democratas, partido de Joe Biden, que intervenha na Amazônia, é uma verdadeira vergonha, é inaceitável.
Não é para menos, essa gente é paparicada pelo imperialismo, que distribui viagens, financiamento de fundações e capas de revista. A penetração das ONGs estrangeiras na Amazônia é tão intensa que já existem 10 mil delas atuando na região. Tem indígena aprendendo inglês antes mesmo de saber falar português.
Voltando à questão da Inglaterra, Sonia Guajajara foi recebida pelo príncipe Charles na COP-26. No evento “os governos do Reino Unido, EUA, Alemanha, Noruega e Países Baixos, junto a dezessete entidades filantrópicas, anunciaram que doarão US$ 1,7 bilhão – quase R$ 10 bilhões no câmbio atual – para que povos indígenas e comunidades locais protejam seus territórios e ajudem a combater as mudanças climáticas”.
Nem mesmo uma criança vai acreditar que as grandes potências estão de fato preocupadas com as mudanças climáticas. Se estivessem, já teriam tratado de recuperar a natureza em seus territórios.
Ataques sistemáticos
Os ataques que o Brasil sofre, seja em suas figuras históricas, seja na simples falsificação do nosso passado, não são obras do acaso. Existe uma política pensada e levada adiante pelo imperialismo, cujo propósito é destruir a nossa unidade enquanto nação e assim aumentar a dominação do grande capital.
Vejamos um exemplo: um país não se desenvolve sem energia barata para mover sua indústria. Houve uma grande campanha contra a construção da usina de Belo Monte. O imperialismo não quer que a região se desenvolva, quer que ela permaneça intacta para poder impor sua dominação mais facilmente. Isso não é exclusivo do Brasil. Na Nicarágua, por exemplo, grupos de ambientalistas, em nome da defesa do meio ambiente, procuram atrapalhar a construção do canal interoceânico.
A quem interessa que não se construa um canal na Nicarágua? Ao imperialismo. Esse canal rivalizaria com o Canal do Panamá, tornaria as viagens mais curtas, rápidas e econômicas. Para piorar, a obra será feita em parceria com a China, país que o imperialismo está provocando e tentando envolver em uma guerra.
O atentando à estátua de Borba Gato, na capital paulista, teve boa repercussão na grande imprensa. Os autores, embora fossem pintados como sendo um “grupo periférico”, fretaram um caminhão, providenciaram a filmagem e foram divulgados insistentemente por toda a imprensa burguesa. Na sequência do evento, inventaram que Borba Gato teria sido um genocida estuprador, dando a entender que somos fruto de estupros, que nosso passado é indigno e que o Brasil sequer deveria existir.
Vira-latismo?
A imprensa burguesa e, de maneira geral, os intelectuais pequeno-burgueses brasileiros, dizem que o povo sofre de um “complexo de vira-lata”, ou seja, que se diminui diante de outros povos. Fica claro que é exatamente o contrário. Finalmente, não há nada mais “vira-lata” do que sofrer pela morte de uma monarca que nada tem a ver com o Brasil ao mesmo tempo em que se destrói o legado nacional.
É dever da esquerda denunciar essa infiltração nas nossas linhas, e não importa se os infiltrados sejam indígenas, “especialistas”, jornalistas etc. Temos que, antes de mais nada, compreender a nossa história e não nos deixarmos levar pela propaganda, que se repete o tempo todo na grande imprensa.
D. Pedro I foi uma figura-chave para o Brasil, um homem como poucos e que, apesar da pouca idade, teve uma mente muito aguda e soube atuar em momentos marcantes tanto no Brasil, quanto em Portugal. A rainha da Inglaterra, por mais que os puxa-sacos tentem esconder, esteve à frente de um país especializado em oprimir e explorar. Basta lembrar o crime que cometeram contra o Iraque e contra a Argentina.