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Preparando o golpe

“Apoio condicional”: manobra do PSOL para não apoiar Lula

Executiva do PSOL apresenta "resoluções" para justificar o não apoio a Lula

Deputados do PSOL empunhando os folclóricos 'cartazinhos'.

Na última sexta-feira, dia 11, a Executiva Nacional do PSOL se reuniu e deliberou uma política para as eleições de 2022. Apenas três eixos foram aprovados nessa reunião, que foi amplamente divulgada na imprensa golpista.

Em resumo, a Executiva do partido discutiu a busca por uma frente de esquerda, não especificando como seria essa frente, o papel do partido na coordenação da campanha presidencial e, por último, o que ganhou maior destaque na imprensa, a formação de um Grupo de Trabalho para discutir os “elementos programáticos” para o processo eleitoral de 2022.

Esse grupo de trabalho foi amplamente divulgado na imprensa golpista como uma espécie de grupo para empurrar Lula para a esquerda. A imprensa passou a ideia de que o PSOL quer apoiar Lula, mas seria uma consciência esquerdista para sua candidatura.

Na realidade, a resolução da Executiva não indica nada disso. Não está claro, pelas resoluções do PSOL, quais seriam esses “elementos programáticos” que eles querem discutir. A única coisa que aparece com maior destaque na imprensa é a crítica às negociações com Geraldo Alckmin. Qual seria a proposta do PSOL? Não há. Até mesmo a crítica do PSOL a Alckmin não passa de demagogia com um setor esquerdista. A política recente do PSOL, no entanto, não indica que o partido seja realmente contra o PSDB e a direita. Foram eles, por exemplo, que estiveram na linha de frente da unidade com Doria e cia nas manifestações do ano passado. Guilherme Boulos, membro do grupo de trabalho, é o homem que se sentou uma série de vezes na mesa com elementos do PSDB para articular uma frente ampla.

Em última instância, o PSOL até agora só fingiu que pode apoiar Lula. Apoio mesmo, nada. O tal do grupo de trabalho apenas serve para ganhar tempo diante da pressão crescente das bases de um apoio imediato à candidatura de Lula.

Um partido de esquerda sério deveria ter colocado na rua, há muito tempo, a campanha por Lula presidente, único candidato que tem chances de derrotar Bolsonaro nas eleições. Não uma simples campanha eleitoral, mas um movimento real em torno dessa candidatura.

Aí que está um dos fatores fundamentais que fazem o PSOL exitar tanto no apoio a Lula. Como diz uma de suas resoluções, o PSOL quer discutir seu papel na coordenação de campanha. Não que um partido não tenha direito de discutir esse tipo de coisa, mas a preocupação com isso, impondo como uma espécie de condicionante para o apoio a Lula, é o que chama a atenção. O PSOL não quer discutir um programa de luta para a campanha eleitoral, quer impor condições para uma aliança de tipo oportunista, apoiando Lula com alguma contrapartida. Isso mostra bem o caráter eleitoreiro e oportunista do PSOL.

O PSOL apresenta essa política como uma grande jogada esquerdista, como se eles estivessem preocupados em jogar o PT para a esquerda. Não é nada disso. O real objetivo dessas condições é adiar o apoio a Lula. É não ter que apoiar o ex-presidente, é barganhar um apoio em troca de cargos ou apoios a candidatos do PSOL nos governos estaduais.

Outro fator que faz com que o PSOL ganhe tempo é a divisão interna no partido. Há um setor significativo das correntes internas que não quer saber de Lula nem pintado de vermelho. O MES (Movimento Esquerda Socialista) de Luciana Genro e Sâmia Bonfim defende abertamente uma candidatura própria. No sítio da corrente na internet há declarações atacando Lula como um candidato da burguesia.

Segundo artigo no sítio do MES, “o partido tem o dever de apresentar uma candidatura própria à presidência, como já sinalizaram 44% dos delegados no último congresso do partido ao apontar o nome de Glauber Braga”. Ou seja, há uma força importante dentro do partido que expressa a concepção anti-petista e anti-Lula da classe média direitista e pseudo-esquerdista.

Outras correntes do PSOL que, assim como o MES, foram a favor do golpe, da Lava Jato e da prisão de Lula, também têm posições a favor de candidatura própria. Isso sem contar as especulações em torno de uma aliança com Ciro Gomes. Não podemos esquecer que o próprio Guilherme Boulos, que tenta aparecer como o amigo do peito esquerdista de Lula, tem sido o principal defensor do direitista Ciro Gomes nos atos em sua política de frente ampla.

Diferente da propaganda, ainda está distante dos horizontes do PSOL o apoio a Lula. O PT não precisa, de um ponto de vista eleitoral, do apoio do PSOL, mas certamente o papel do partido se eventualmente abandonar o apoio a Lula, será o de sempre: criar uma confusão na esquerda e dividir votos dos setores de esquerda ligados à classe média. Esse é o retrato da política golpista do PSOL.

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