Contra o imperialismo

Apoiamos o PT, o chavismo e agora o Talibã

Seguimos o programa marxista de defesa dos povos oprimidos contra o imperialismo

A imprensa burguesa, golpista e reacionária, iniciou quase uma Guerra Santa contra o PCO pelo seu apoio ao povo afegão, na figura do Talibã. A esquerda pequeno-burguesa, apêndice do imperialismo e papagaio dessa imprensa, logo atenderam ao chamado dos seus padres e somou-se à campanha.

O imperialismo, todos sabem, ataca o Talibã e o povo afegão porque foi humilhado por eles, pobres pastores de cabras. A esquerda brasileira, que é basicamente um animal de estimação do imperialismo, os ataca porque seriam “bárbaros”, “misóginos”, “LGBTQIA+fóbicos”… Utiliza a demagogia identitária, forjada e difundida pela CIA, para justificar seu apoio ao imperialismo.

Segundo alguns esquerdistas, não se pode apoiar o Talibã porque esse grupo tem uma ideologia reacionária. Quem o apoia contra o imperialismo, portanto, estaria compartilhando de sua ideologia reacionária.

É uma esquerda tipicamente pequeno-burguesa, que possui como uma de suas principais características o método de enxergar o mundo a partir de um ponto de vista moral. O problema é que o moralismo não vê a realidade. Os marxistas, por outro lado, enxergam o mundo de uma perspectiva materialista, concreta, real.

Para a esquerda, o que importa é o que as pessoas pensam, não o que elas fazem. Isso não nos interessa. O que importa é o que as pessoas fazem, não o que pensam.

O apoio do PCO ao Talibã, portanto, não é pelo que o Talibã pensa. O Talibã é, sim, um grupo munido de uma ideologia reacionária, fundamentalista, religiosa. Não temos acordo com ele em praticamente nada, a não ser em uma coisa: a luta pela libertação do Afeganistão do jugo imperialista. E isso é um aspecto fundamental da política do Talibã, independentemente do que possamos pensar de seus membros. Não estamos interessados se os líderes e militantes do Talibã são feios, barbudos, fedidos, loucos ou se são belos, cheirosos e racionais. O que nos interessa é o que eles estão fazendo. E o principal que estão fazendo é expulsar o imperialismo de seu país.

O imperialismo é o principal fator de opressão contra qualquer país do mundo. É o imperialismo que leva as guerras, a fome e o atraso a todo o planeta. É ele quem impede o desenvolvimento e o progresso da humanidade. Sem o imperialismo, o mundo será finalmente livre e o caminho estará aberto para o fim de todo o tipo de opressão. Por isso ele precisa ser combatido e toda derrota e demonstração de fragilidade deve ser celebrada.

Apoiamos o Talibã da mesma forma que apoiamos o PT e o chavismo na Venezuela, por exemplo. Mas o Talibã, dirão alguns, não tem nada a ver com o PT, pois é uma organização retrógrada, enquanto o PT e o chavismo são de esquerda. Como dissemos, a ideologia, aqui, não interessa. Não nos interessa o que pensam, mas sim o que estão fazendo.

O PT e o chavismo entraram em grande contradição com o imperialismo e por isso sofreram um golpe ─ o chavismo em 2002, depois muitas tentativas fracassadas. Os ataques que sofreram e ainda sofrem também não são por causa de sua ideologia. O imperialismo, por ser o regime da burguesia (que é uma classe materialista e racional), também não é moralista, ao contrário da pequena burguesia.

Os ataques ao PT e ao chavismo têm a mesma motivação dos ataques ao Talibã: por trás disso, está o desejo do imperialismo em dominar os países governados por essas organizações. E, para o imperialismo, é preciso retirar o PT, o chavismo e o Talibã do governo, pois, devido à sua política (que é influenciada pela pressão que sofrem de seus povos), são um obstáculo à dominação imperialista.

Postar-se ao lado do PT, do chavismo, do Talibã, ou do sandinismo na Nicarágua, de Putin na Rússia ou dos aiatolás no Irã, é defender os interesses nacionais desses países oprimidos, que são os interesses de seus povos, da classe operária de cada um desses países.

Temos maior afinidade ideológica com o PT e com o chavismo do que com o Talibã, mas esse não é o motivo principal de nosso apoio. O motivo é que são forças que representam os interesses da classe operária e dos oprimidos de seus países pela independência em relação ao imperialismo, e prova disso é justamente o ataque desferido pelo imperialismo contra eles.

Defenderíamos, até mesmo, um governo fascista contra a agressão imperialista. Foi isso o que Trótski explicou quando supôs a guerra do Brasil de Getúlio Vargas, considerado “semifascista” contra a Inglaterra de Churchill, considerada “democrática”. Não é a defesa ideológica de um governo, mas sim a defesa prática de um país e de um povo. A defesa de um país oprimido contra um país opressor. Brasil, Venezuela e Afeganistão são países oprimidos pelo imperialismo. Inglaterra e EUA são países imperialistas opressores. Isso, independentemente do governo que esteja à cabeça desses países. Porque o que interessa é o sistema econômico, e os EUA exploram economicamente o Brasil, a Venezuela e o Afeganistão. E essa opressão é a grande geradora e reprodutora de todos os males sociais nesses países.

Por isso lutamos pela libertação desses e de todos os países oprimidos da opressão imperialista. Opressão essa que é maior do que qualquer outro tipo de opressão e que, inclusive, sustenta as demais opressões.

Será muito mais fácil o caminho do povo afegão para a sua libertação com o Talibã do que com os EUA à frente. Assim como para o Brasil com o PT à frente e a Venezuela com o chavismo à frente. Ou a Rússia com Putin à frente. O imperialismo é o principal obstáculo para a revolução. Derrotando-o, a revolução já tem meio caminho andado.

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