A campanha de perseguição política ao Partido da Causa Operária vem ganhando novos capítulos com uma velocidade cada vez maior. Nas vésperas do período oficial da corrida eleitoral, o PCO teve suas redes sociais bloqueadas, incluindo o canal no YouTube onde contava com mais de 100 mil inscritos, plataforma importantíssima para um partido que não é financiado pela burguesia.
A decisão arbitrária do ministro do STF Alexandre de Moraes incluiu o partido no inquérito das “fake news” e aplicou o silenciamento mais amplo que tal processo conheceu. Os canais de comunicação virtuais, que foram estabelecidos com muito trabalho militante ao longo do tempo, caíram com uma canetada de Moraes poucos meses antes do início das eleições de 2022.
Agora em agosto, em pleno período oficial de propaganda eleitoral, a mesma figura interveio para reter o magro fundo eleitoral ao qual o partido tem direito e do qual necessita para fazer uma campanha de abrangência nacional. O PCO faz parte do grupo de partidos que recebe o mínimo valor da bolada, no caso R$ 3,1 milhão, o que é bem pouco para cobrir os custos envolvidos com impressão de material, viagens e serviços burocráticos necessários no processo.
Os R$ 782,5 milhões do União Brasil, por exemplo, foram repassados imediatamente, assim que a campanha iniciou formalmente. Assim como os R$ 100 milhões do PSOL. Fora o farto financiamento privado que esses e outros partidos da esquerda e da direita recebem da burguesia. A merreca ao qual o PCO faz jus já completou 15 dias, Um terço do total da curtíssimo período oficial disponível para que os partidos façam campanha.
Sem esse fundo, a tarefa de perseguir os candidatos do PCO fica ainda facilitada. Para responder com brevidade a indeferimentos, impugnações e outros mecanismos de anulação dos nossos candidatos, são necessários recursos financeiros. Essa perseguição produz casos bizarros, como o do companheiro Magno Souza no Mato Grosso do Sul.
O candidato que é uma liderança na luta dos índios contra os latifundiários vem sofrendo uma perseguição judicial. O mote é a acusação de furto de uma bicicleta em algum lugar do passado. Isso serviu como pretexto para atrapalhar a campanha de Magno e bloquear o acesso do candidato ao fundo eleitoral.
Se soma à campanha de perseguição direcionada ao partido, o formato cada vez mais antidemocrático do processo eleitoral. Além do pouco tempo para as campanhas, o espaço oficial na televisão é cada vez mais restrito e enxuto. Assim como outros partidos, o PCO não tem nenhum tempo de televisão para se apresentar à gigantesca audiência que esse meio de comunicação atinge.
Esse formato aumenta ainda mais a importância do convite das emissoras a candidatos e da própria abordagem que fazem nos seus programas jornalísticos sobre as eleições. Quem se preocupava com as “fake news” nas redes sociais ou com as ameaças de Bolsonaro “às instituições” deixou completamente de lado que a indústria de mentiras da imprensa golpista segue funcionando livremente e que a ditadura não é uma ameaça bolsonarista, mas uma realidade das próprias “instituições democráticas”.
