O processo eleitoral no Brasil, sob comando da burguesia, sempre foi antidemocrático, antipopular e arbitrário. Desde a criação de um partido político, do tempo das propagandas nas rádios e Tvs, nas manifestações de rua, no ato da inscrição de chapa, na prestação de contas, enfim, todas as regras e legislação eleitoral são uma aberração para que nada saia do controle da burguesia, prejudicando assim as condições adequadas para que o povo reivindique, proponha novas ideias e defenda um programa político popular para transformar a sociedade. Quanto mais regras e burocracia no sistema eleitoral, maior as dificuldades para a esquerda e a classe operária se desenvolverem nesse processo.
Os absurdos já começaram a ser expostos. Na última quarta-feira, o milionário e golpista Felipe D´ávila, candidato à presidência pelo Partido Novo, entrou com uma ação contra Lula no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por campanha antecipada. A direita golpista faz campanha e comete diversos crimes desde sempre, mas nunca é questionada quando o grupo político faz parte das estratégias políticas da burguesia, para a qual a subjetividade das leis servem escancaradamente ao perseguir seus adversários.
A denúncia contra o ex-presidente se refere a um “pedido” de voto no Piauí em outubro de 2021. A multa para esse “crime” seria de R$25 mil reais. Com o fraco desempenho nas pesquisas dos candidatos Simone Tebet, MDB-MS, e Jair Bolsonaro, este uma cria da burguesia e agora atacado temporariamente por ela na tentativa de alavancar a Terceira Via, a burguesia irá se aproveitar das antidemocráticas e ridículas regras eleitorais para tentar mudar o rumo das eleições. Para isso, seu alvo principal é o líder nas pesquisas Luiz Inácio Lula da Silva, contra o qual muitas barbaridades serão cometidas. A burguesia financiará o jogo sujo e ela mesma cometerá os crimes que acusa a oposição de fazer.
Acusações de práticas de Fakes News, abuso de poder econômico, disparos de mensagens em horário impróprio e para eleitores não cadastrados, propagandas indevidas na rua, enfim, a esquerda terá que pisar em ovos para não cometer um “crime” que lhe possa tirar a vitória. As centenas de regras tem o objetivo de obstaculizar, burocratizar e impedir a vitória de Lula contra o golpe e o atraso que se instalaram no país.
É preciso denunciar toda a farsa que é a legislação eleitoral nas eleições brasileiras, as quais, como sempre denunciou o Partido da Causa Operária, é um jogo de cartas marcadas. Se Lula estiver para ganhar as eleições já no primeiro turno, esses golpistas farão todo jogo sujo para diminuir o poder do ex-presidente e prorrogar sua vitória num antidemocrático segundo turno, que é uma outra eleição criada justamente para dar mais tempo para os criminosos da burguesia tentarem virar o jogo.
A saída para enfrentarmos essas ridículas regras eleitorais é denunciá-las, propagar nosso programa de luta nas ruas e por meio dos nossos candidatos e pela luta por Lula e um governo dos trabalhadores.