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Pelo fim do vestibular

Universidade para quem?

O golpe está a um passo de destruir por completo o ENEM, e quanto a isso é necessário reagir.

enem 2021

Neste dia 21, foi realizado em todo país a primeira parte da edição 2021 do ENEM, prova que é a principal porta de entrada para a juventude nas universidades. No entanto, o que já era um sistema de filtragem, sobretudo da juventude pobre e trabalhadora para o ensino superior, tornou-se cada vez mais, após o golpe de estado.

Participar do ENEM sempre foi um desafio para uma juventude que em grande parte do seu tempo está ocupada em garantir o sustento de sua família. O projeto, iniciado ainda no governo do PT, permitiu uma flexibilização da entrada nas universidades para os setores mais esmagados da população, abrindo em conjunto o precário sistema de cotas.

A realidade com o golpe de estado, no entanto, foi que cada vez mais jovens encontram-se na necessidade de estudar e trabalhar simultaneamente, antes mesmo de adquirem um curso superior, algo que apenas se acentuou com a chegada da pandemia o aumento exponencial na crise econômica. Hoje a fome se espalha pelas cidades e pelo campo, muitos familiares da juventude trabalhadora foram mortos pela política de genocídio de Bolsonaro e todo regime golpista durante a pandemia, em paralelo o estudo virou o “ensino à distância”, apoiado de maneira criminosa por organizações da esquerda pequeno-burguesa, como a UNE, que garantiu de vez a destruição da educação.

O jovem se viu obrigado a “estudar” pelo celular, ou em alguns casos, por um canal de televisão, como não bastasse a forte crise que assola o país. O resultado do primeiro dia, não poderia ser diferente: este é o ENEM com o menor número de inscrições em toda sua história.

O recorde superou inclusive o do ano anterior, onde no ápice da pandemia milhões de jovens se recusaram a por sua vida em risco para realizar a prova. Em relação ao ENEM 2020, a baixa é de mais de 40% dos inscritos, sendo que a edição anterior, correspondeu a mais de 50% em relação a 2019.

Está mais que claro que o regime golpista está destruindo por completo o acesso da população pobre e trabalhadora à universidade. O golpe novamente vai expulsando o pobre do ensino superior, cada vez mais o ENEM torna-se uma prova para uma pequena parcela da população, estudantes da pequena-burguesia, com condições para fazer seus cursinhos e se preparem para entrar em uma universidade, uma realidade muito distante do restante da juventude.

O golpe está a um passo de destruir por completo o ENEM, e quanto a isso é necessário reagir. O exemplo prático já demonstrou que a mera política de cotas, ou o próprio ENEM, não são o suficiente para garantir a participação do negro e do pobre na universidade. Assim como todas as pequenas reformas feitas no passado, esta é mais uma sendo colocada abaixo pelo regime golpista.

É necessário defender o fim do vestibular e o livre ingresso à universidade. O ENEM de 2021 é mais que nunca um exemplo deste problema.

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