Mesmo as tchutchucas do imperialismo que repudiaram a vitória do Talibã são obrigadas a reconhecer um aspecto desse grupo “terrorista”.
Seus combatentes são militantes verdadeiramente abnegados.
Deixam no chinelo qualquer “militante” da esquerda brasileira.
Eram 78 mil os guerreiros que expulsaram os EUA do Afeganistão, muitos dos quais sem qualquer habilidade no manuseio de armas de fogo.
De sandálias e trajes tradicionais, a pé ou no máximo a cavalo, analfabetos e famintos.
Derrotaram a maior potência econômica e militar do mundo. Os mais de 2 trilhões de dólares despejados pelos Estados Unidos contra o Talibã e o povo afegão não serviram de nada. Foram usados para assassinar pessoas inocentes, mas não garantiram o controle sobre o Afeganistão.
Escondidos em grutas, montanhas, desertos, escombros, os combatentes talibãs resistiram por vinte anos às bombas jogadas sobre suas cabeças.
Vinte longos anos.
Muitos cresceram na clandestinidade. Muitos nasceram e foram perseguidos durante a vida inteira, lutando pela libertação de seu povo. Milhares foram mortos pelas tropas invasoras. Um número grande também foi preso e torturado.
O que os fez tão resistentes? O que os fez insistirem tanto em uma guerra tão desigual?
Analisando a série de reportagens da Record no Afeganistão, uma coisa me chamou muita atenção.
Em Jalalabad, capital da província de Nangarhar, a 150 km a leste de Cabul, um militante do Talibã contou uma história ao repórter.
“Uma vez tive uma conversa com um soldado americano. Perguntei: ‘por que vocês vêm aqui com suas armas, seus helicópteros, suas bombas?’ Lembrei a ele que nós já havíamos derrotado o exército soviético, talvez mais forte do que os americanos. Em vez de me responder, o soldado me perguntou qual era meu serviço. Eu disse: ‘sou estudante universitário e ao mesmo tempo soldado do Talibã’. Notei esse soldado americano muito infeliz, e ele me confessou: ‘esta não é a minha guerra, apenas cumpro ordens.’ O soldado dos EUA me perguntou: ‘onde está o Talibã?’ Respondi que estava a apenas meio quilômetro dali. Ele então me pediu para levar um número de telefone para o comandante talibã. Eu disse que não podia fazer isso. Então, o soldado mais uma vez fez confissões: ‘não quero estar frente a frente com o Talibã’. Isso foi há oito anos, e, é claro, existem também os casos de soldados afegãos que mataram o seu próprio povo a serviço do governo marionete dos EUA como o de Hamid Karzai.”
Então, com muito orgulho, um outro combatente declarou: “Somos soldados do Islã.”
E outro, em seguida, disse que não precisa de salário para guerrear pelo Islã e pelo Afeganistão. Repetiu: “soldado talibã, sem salário!”
Um quarto militante foi ainda mais profundo: “por essa bandeira (segura a bandeira do Talibã) sacrifico minha vida, meu dinheiro, minha mente e até meus pais, se for preciso. Um amor incondicional à nossa religião e ao nosso país.”
Por último, o chefe completou: “nós amamos muito nosso país, nossa religião e nossa bandeira também.”
Os talibãs são herdeiros da longa tradição de luta do povo afegão pela liberdade. Libertaram o seu país tal como o fizeram os coreanos e vietnamitas. Esse caminho deve ser seguido por todos nós.