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Reforma agrária já!

Força Nacional, PM e pistoleiros incendeiam acampamento da LCP

Os crimes contra aqueles que lutam pela terra no país tem se intensificado, somente os comitês de autodefesa, o armamento da população, pode barrar as ofensivas do regime golpista

No Brasil pós golpe e no atual governo fraudulento de Bolsonaro, a população sofre com a fome, desemprego, falta de moradia, carestia de alimentos, itens básicos de sobrevivência, entre outras desgraças que se abate sobre o povo brasileiro, especialmente nos setores mais fracos e oprimidos como é caso dos camponeses, trabalhadores rurais, indígenas, enfim, aqueles lutam por moradia e terra principalmente nos ricões do país. O regime golpista apoiado pelo latifúndio, tem avançado sistematicamente contra os movimentos de luta pela terra de forma brutal, violenta e criminosa.

No dia 13 de agosto, a área Ademar Ferreira em Nova Mutum Paraná, Rondônia, foi invadida por militares da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP) e da PM pertencentes ao Batalhão de Polícia de Choque (BPChoque) e ao Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) que assassinaram covardemente três camponeses. Repare que os crimes contra os trabalhadores rurais, partem do governo do Estado em conjunto com o governo Federal. Além dos três assassinatos, outras quatro pessoas foram presas e alguns continuam desaparecidos, quando sob ataque, se embrenharam no mato. 

Camponeses registram militares em meio a nova invasão da Área Ademar Campos. Foto: Jornal Resistência Camponesa

De acordo com o jornal Resistência Camponesa, após passar dias monitorando a área com drones e helicópteros, no dia 13 os policiais invadiram os lotes dos camponeses pela mata, a pé, com roupas camufladas, agachados e rastejando armados com fuzis. Não estavam fazendo “patrulha rural”, entraram para matar em ação previamente preparada. As famílias sobreviventes denunciam que além dos assassinatos cometidos por policiais em terra, policiais também fizeram disparos de fuzis em direção as famílias e barracos desde o helicóptero que passou a sobrevoar a área durante a ação policial criminosa.

O camponês Amarildo Aparecido Rodrigues, de 49 anos, e seu filho Amaral José Stoco Rodrigues, de 17, foram assassinados no lote em que moravam enquanto estavam trabalhando na roça. Kevin Fernando Holanda de Souza, de 21 anos, foi assassinado pelas costas com tiros vindos de um helicóptero da polícia que o perseguia. Uma verdadeira chacina organizada por agentes do Estado e pistoleiros a mando de fazendeiros e latifundiários contra a população do campo. 

Amarildo Aparecido Rodrigues (49), Amaral José Stoco Rodrigues (17) e Kevin Fernando Holanda de Souza (21). Foto: Resistência Camponesa.

Não contentes, no início desse mês, 2 e 3 de setembro, os cães de guarda da burguesia, atiçados novamente pelo governador do Estado, o coronel Marcos Rocha, aliado de Bolsonaro, voltaram a aterrorizar o acampamento da Liga dos Camponeses Pobres em Nova Mutum Paraná. Nesse novo ataque, até o momento não há registro de mortos, porém após a invasão, muitos trabalhadores corriam e se escondiam nas matas ao receberem a ordem de parar. Eram então alvejados. Mais uma vez vários camponeses, entre eles mulheres e crianças de colo, passaram a noite na floresta para sobreviver. Como da primeira vez, deve ter pessoas desaparecidas. 

Nessa segunda ofensiva o objetivo dos fascistas era destruir o acampamento. Fortemente armados, a PM, FNSP e pistoleiros, percorreram todo o local insultando e ameaçando homens, mulheres e crianças. Os relatos são que ao todo 14 viaturas e um helicóptero, prenderam 6 adultos e 6 crianças, incendiaram casas, queimaram pertences dos moradores, apreenderam motocicletas e ainda jogaram óleo diesel e sabão em pó visando dificultar o retorno das famílias aos lotes, além de jogarem substâncias tóxicas nos poços d’água. O curioso é que os presos não foram para a delegacia, foram jogados no meio da rua em Porto Velho. E as mesmas motocicletas apreendidas, passaram a ser usadas por pistoleiros em fazendas da região.

Marcas de picadas de formiga nas costa de camponês que se abrigou no mato para escapar dos assassinos e munições de fuzil deflagradas pela polícia na criminosa ação. Foto: Resistência Camponesa

Um mês antes da chacina na área Ademar Ferreira, segundo o site de noticiais Resistência Camponesa, Bolsonaro concedeu entrevista ao programa de televisão “sic news” da rede “sic tv”, afiliada em Rondônia da Record, apresentado por um jornalista reacionário, porta-voz e sabujo dos latifundiários anunciando a “Operação Rondônia”. Durante a entrevista, perguntado sobre o “problema das invasões de terra” em Rondônia, Bolsonaro chamou as organizações de luta pela terra de terroristas. Complementou defendendo lei aprovada em seu governo em que os latifundiários podem andar armados a vontade. E como “solução definitiva” Bolsonaro apontou:

“nós temos um projeto dentro do congresso que acho que resolve em definitivo, chama excludente de ilicitude. Ou seja, o nosso policial, ele porventura venha trocar tiro com esse tipo de gente, ele vai para casa e não vai receber a visita do oficial de justiça, o que ele fez lá passa a ser uma parte da operação e ele não vai responder por esses atos”.

Diante da situação, visto de onde partem os crimes contra os trabalhadores rurais da LCP, não há outro caminho, se não, a formação de Comitês de autodefesa, uma politica concreta e real de luta dos povos do campo contra a burguesia assassina. Os que tomaram de assalto a poder no país desde de 2016, já deixaram bem claro qual sua politica e posição em relação as ocupações, acampamentos e assentamentos da luta pela terra. O fascista na presidência da república e seus asseclas apoiadores tratam os camponeses como bandidos, invasores, terroristas. As ameaças e ataques são constantes e de formas variadas, intimidam, torturam e matam pessoas inocentes sem pestanejar.  

A esquerda e os movimentos de luta pela terra, precisam reagir, se organizar e apoiar pautas e meios para se proteger e revidar os crimes do latifúndio, como por exemplo, o fim da policia, armamento da população e reforma agrária urgente. As manifestações pelo Fora Bolsonaro deve ir de encontro com essa população, crescer as mobilizações pela base, os atos devem ter um caráter popular, combativo, com a presença massiva daqueles que sentem na pele a catástrofe que passa o Brasil diante do regime golpista e tudo que ele representa. 

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