Os Trabalhadores da Educação sem dúvida conhecem bem a realidade das Escolas Públicas no Estado de São Paulo mas a Secretaria de Educação (SEDUC) do Governo Estadual não deu ouvidos a eles quando disseram que o retorno às Escolas não era seguro. Os especialistas em epidemias da Fundação Oswaldo Cruz também criticaram a política frouxa e ineficaz do Governador João Dória no combate a contaminação pelo Coronavirus no Estado. Mas a preocupação com o comércio e os indicadores econômicos não permitiram priorizar o enfrentamento ao problema de saúde pública. A partir desta semana as Escolas de São Paulo estão autorizadas a voltar com 100% das atividades presenciais desde que cumpram os protocolos sanitários.
Os protocolos são uma grande farsa que faz parecer que alguma coisa está sendo feita para garantir um retorno seguro. Isto não é verdade. Tanto que a maior parte dos pais decidiu não mandar seus filhos de volta à Escola. A SEDUC enfatiza 3 pontos principais nos protocolos: o distanciamento de 1 metro entre os alunos, o uso de máscaras e o uso de álcool-gel. Isto é simplesmente o mínimo que cada um que sabe os riscos da pandemia tem feito para se proteger desde o início da Pandemia. Cada um usa máscara como pode, confortável ou não, de pano ou descartável, com vedação lateral, no queixo, na testa… Não importa, desde que todos estejam de máscara. Higienizar a mão com álcool-gel garante que caso você encoste em algum lugar contaminado sua mão estará limpa, mas todos dizem que o vírus se propaga pelo ar. Então ficamos a 1 metro de distância.
As escolas que não conseguirem cumprir esse protocolo ridículo, que não garante nada, poderão fazer um retorno escalonado ou com revezamento de turmas e ainda manter o ensino remoto de forma híbrida. O Trabalhador também deve ser híbrido, porque ele vai organizar atividades presenciais enquanto corrige atividades online, e preenche os relatórios sem fim que a administração estadual exige deles para produzir os números nas planilhas que são os únicos capazes de garantir um ensino de qualidade.
Uma pesquisa do Instituto Vox Populi, divulgada na sexta-feira, 29 de julho, demonstrou que 85% dos professores e 75% dos estudantes temem contrair a Covid-19 nas escolas. Segundo um levantamento da APEOESP, foram mais de 2726 casos de contaminação e 105 óbitos de professores, funcionários e estudantes nas Escolas Estaduais. Isto durante um período em que grande parte das Escolas fazia rodízio e a maioria dos Estudantes estavam acessando as atividades remotas. Como a maioria que vive esta realidade resolveu aguardar, alguns pais já estão reclamando que os professores não estão mais presentes nas atividades remotas, é óbvio que se está trabalhando presencialmente não poderá dedicar mais ao Ensino Remoto como antes, esta contabilidade os gestores da Educação não fizeram, porque gradativamente esperam empurrar todos de volta às escolas, mesmo que custe a vida de alguns.
A Professora Bebel, Presidente da APEOESP, pergunta por quê não esperar que pelo menos os professores se vacinem, tomando a segunda dose da vacina e aguardando os 14 dias para que a imunização se complete. Cerca de 44% dos Professores cumpriram esse processo, será que não seria possível aguardar mais um pouco?
Mesmo com os Trabalhadores da Educação imunizados, os Estudantes não estariam vacinados e poderiam transmitir a doença para seus familiares, lembrando que a maioria das crianças são assintomáticas e quando contraem a doença aparentam um leve resfriado. Será que não há nada a ser feito para que o retorno seja mais seguro e o Governador João Dória se preocupa tanto assim com a Educação dos paulistas? Aqui precisamos deixar claro que a única preocupação do candidato é com as próximas eleições no ano que vem. Tudo que o PSDB tem feito por aqui é tentar ocultar que São Paulo é o Campeão Nacional de óbitos e contaminações por COVID-19 no país, enquanto fingem combater Bolsonaro e produzir uma farsa 2.2 da última eleição a Prefeitura de São Paulo. Agora o João “Trabalhador” promete se fantasiar de João “Vacinador”, custe o que custar.