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Recorde de casos

Mentiram para você: pandemia está mais descontrolada que nunca

Brasil bateu novo recorde de casos diários de Covid-19 e hospitais voltam a lotar suas UTIs

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O Brasil registra nas últimas semanas um crescimento exponencial de casos de contaminação por Covid-19. Nesta semana o país bateu um novo e triste recorde de contaminação em 24 horas, entre terça-feira e quarta-feira (25 e 26) foram registrados 224.567 diagnósticos positivos para a doença, o maior número neste intervalo de tempo desde o início da pandemia. A média móvel, que leva em consideração os 7 dias anteriores, também bateu recorde: a média de infecção no período de 7 dias anterior ao dia 26 foi de 169.870 infectados, também o maior desde o início da pandemia.

Também o número de mortes cresce no país. Na quarta-feira (26) foram registradas 606 mortes decorrentes da doença e uma média móvel, considerando os 7 dias anteriores, de 369, a maior desde 20 de outubro do ano passado. Essa média, em comparação com 14 dias atrás, representa um aumento de 194%. Mostra-se uma tendência de aumento de mortes, acompanhando em alguma proporção o aumento dos casos. As mortes haviam diminuído, se supõe, mesmo com o lento avanço da vacinação, no entanto começam a despontar novamente com o crescimento dos casos. Com esses resultados o país chega à marca de 24.535.884 de infectados e 623.843 mortos em decorrência da Covid-19 desde o início da pandemia. A situação da pandemia no país está completamente fora de controle.

A crise real que castiga a população, no entanto, contrasta completamente com a política dos governos, tanto municipais e estaduais, quanto federal. Desde o segundo semestre de 2021, quando a vacinação começou a avançar, ainda que a passos muito curtos, os governos maquiaram a realidade; agiram como se a pandemia tivesse sido completamente superada. Abriram completamente a economia, sem qualquer plano sanitário, impuseram o retorno às aulas presenciais, isto é, com sua política fizeram o vírus circular amplamente.

O mote que levou a desconsideração completa do vírus era a necessidade de reativar a economia, como se os graves problemas econômicos nacionais, como a desindustrialização, a falta de investimento estatal, o ataque aos direitos trabalhistas, a redução drástica no consumo das famílias, o inflação, o desemprego, dentre outros, fossem resultado única e exclusivamente da pandemia e não da política de tipo neoliberal que vem sendo aplicada no país mais radicalmente desde o golpe de 2016.

Contudo, a situação econômica não se alterou. Ao contrário, vem se agravando, pois é a política que deliberadamente vem sendo aplicada pelo bloco golpista a responsável pela estagnação ou mesmo o retrocesso econômico nacional. A Covid-19 e sua nova variante, ômicron, por sua vez, alastraram-se. É importante lembrar que esta calamidade não é uma fatalidade, é tão e somente resultado da política da direita golpista e de Bolsonaro na condução, criminosa, que realizaram e realizam do combate à doença.

Desde o início da pandemia, o governo federal, bolsonarista, criminosamente ignorou a pandemia. As diatribes de Bolsonaro e de seus asseclas negando a gravidade da doença ou a vacinação foi a forma com que o governo da extrema-direita encontrou para dissimular o fato de que a burguesia de conjunto vetou o investimento estatal maciço necessário para uma política efetiva de combate à pandemia, já que investimento dessa ordem contraria os princípios e os interesses do grande capital.

Do ponto de vista objetivo, a direita tradicional que controla a maioria dos estados brasileiros, o Congresso e o Judiciário, vetou da mesma maneira o investimento, porém realizou um política cosmética, para enganar a população na tentativa de lucrar eleitoralmente com o repúdio crescente a Bolsonaro. Fingiram assim, com hospitais de campanha precários e já inexistentes, lockdown fajuto etc., e muita demagogia pseudocientífica. Pelos resultados das pesquisas eleitorais somente a esquerda pequeno-burguesa que apoiou os governadores acreditou na farsa.

Assim ficamos sem testagem em massa, sem pessoal necessário, sem uma campanha de esclarecimento, sem dados seguros, sem uma política de isolamento dos infectados, sem construção de hospitais, sem visita aos bairros por parte do poder público, isto é, sem uma política de combate à pandemia.

Mesmo a política de vacinação sempre teve mais a ver com os acordos com as grandes corporações imperialistas e os interesses eleitorais do que com a saúde da população. O país chegou a proibir a vacina russa, para privilegiar a norte-americana e as europeias. Com a chegada da vacina, mesmo a política cosmética dos governadores foi abandonada. Este agora é o resultado: explosão de casos diários, mais de 620.000 mortes, isso em números oficiais, que sabemos ser menores que os reais.

Hospitais lotados e escolas abertas

O reflexo desta situação de descontrole pode ser medido nos níveis de internação nas UTIs país afora; segundo boletim da Fundação Oswaldo Cruz, pelo menos 6 Estados e o Distrito Federal encontram-se com mais de 80% dos leitos de tratamento intensivo para Covid-19 ocupados. São em números percentuais de ocupação:

  • Distrito Federal (98% de ocupação)
  • Rio Grande do Norte (83% de ocupação)
  • Goiás e Piauí (82% de ocupação)
  • Pernambuco (81% de ocupação)
  • Espírito Santo e Mato Grosso do Sul (80% de ocupação)

As capitais com maiores níveis de ocupação de leitos de UTI para Covid-19 são:

  • Brasília (98%)
  • Rio de Janeiro (98%)
  • Belo Horizonte (95%)
  • Fortaleza (93%)
  • Porto Velho (89%)
  • Cuiabá (89%)
  • Natal (percentual estimado de 89%)
  • Rio Branco (80%)
  • Macapá (82%).

Ainda outros 18 estados brasileiros encontram-se em nível de alerta intermediário, isto é, com mais de 60% de ocupação de leitos de UTI para Covid-19. Não há dados seguros que indiquem o perfil dos que desenvolveram casos graves da doença, se tomaram uma ou mais doses, de quais marcas etc., embora haja uma indicação sem confirmação em dados de que seriam em sua maioria de não vacinados, o que ainda não foi comprovado. Esse dados são fundamentais para uma efetiva política de combate, coisa que os governos não estão absolutamente preocupados em realizar.

Mesmo nesse quadro dramático os governos estão colocando em circulação milhões de jovens e crianças, muitos não vacinados, para circular, o que terá um gigantesco impacto nos já lotados transportes, sobretudo nos meios urbanos. O Distrito Federal e mais 18 Estados da federação já anunciaram que retomarão as aulas presenciais entre final de janeiro e início de março independentemente do avanço da Covid-19 e sua variante ômicron. Uma política criminosa ante o aumento de casos de Covid-19 em crianças. Os governos estão colocando em risco iminente crianças e jovens (e por consequência toda a população) para garantir o lucro dos capitalistas. É preciso barrar essa ação criminosa e lutar por uma efetiva política de combate à pandemia, com todo o investimento que for necessário para tal.

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