Os policiais militares do estado do Ceará estão em “greve” por melhores “ condições de trabalho” e por aumento salarial. No interior da esquerda, o PSTU tradicionalmente não somente apoia os movimentos dos agentes repressivos, como classifica erroneamente a categoria dos Policiais Militares e outros setores do aparato policial como “trabalhadores da segurança pública”.
Na declaração do PSTU Ceará “Toda solidariedade à luta dos policiais e bombeiros militares do Ceará”, mais uma vez o grupo morenista repete as posições anti-marxista de que policial seria trabalhador, e portanto a greve dos policiais deveria receber “ toda solidariedade”.
Na verdade, essa posição do PSTU é reacionária, uma vez que essa greve não vai beneficiar a classe operária, a greve de polícia por melhores condições tem como finalidade melhorar a eficácia na repressão: o trabalho da polícia não é produtivo, o eles produzem é mais repressão e mais mortes.
Na sua nota o PSTU afirma “Mais que isso, é preciso enfrentar a própria estrutura antidemocrática e reacionária da polícia e dos bombeiros, herdada da época da ditadura, que proíbe os servidores das carreiras militares de realizarem protestos e greves. A luta por melhoria salarial é justa e deve ser direito de todos os servidores, inclusive de policiais e bombeiros. Os policiais e bombeiros devem ter o direito democrático de mobilização, de greve e de formar sindicatos e, para isso, é necessário exigir a desmilitarização desses setores.”
O direito de organização dos policiais em sindicatos é uma coisa, mas a defesa das reivindicações de melhoria das condições no exercício da função repressiva é completamente equivocada. Ou seja, defender as reivindicações de melhoria nas condições de trabalho significa o aumento das mortes da população, isso porque o trabalho dos policiais é a repressão.
