Da redação – A Polícia Federal obrigou Lula a estar acompanhado de um verdadeiro “pelotão de fuzilamento” composto por jornalistas que ela própria convidar (ou seja, coxinhas e fascistas) nas entrevistas que o ex-presidente irá conceder amanhã (26) aos repórteres Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, e Florestan Fernandes Jr. do El País.
É o que consta no documento assinado pelo superintendente da PF do Paraná, o delegado Luciano Flores de Lima, segundo o UOL. A assessoria de imprensa de Lula denunciou que a decisão arbitrária do órgão repressor “viola primeiro a decisão do Supremo, já que as entrevistas devem acontecer com anuência do ex-presidente” e “também os jornalistas, a prática e a ética jornalística ao permitir que profissionais de outros veículos assistam entrevistas exclusivas para outras publicações e publiquem antes uma entrevista pela qual os outros veículos lutaram na justiça por meses”.
Ainda de acordo com a assessoria de imprensa do líder popular, o anúncio da Superintendência da PF é de que a entrevista será acompanhada por uma “plateia de jornalistas convidados por ela própria para assistir a entrevista, sem direito de fazer perguntas”.
Trata-se de uma medida ditatorial e de exceção por parte da PF contra Lula, evidenciando novamente o caráter político de sua prisão. Ora, se os dois jornais são os únicos que poderão fazer perguntas (porque são os que pediram para entrevistar o ex-presidente) e a entrevista é exclusiva, por que a presença dos outros veículos? E, além disso, há duas opções para Lula: ou concede a entrevista “exclusiva” com a presença de terceiros jornalistas, ou não haverá entrevista.
Claramente é uma provocação por parte dos golpistas da PF, contrariados com a decisão do STF de, após meses, liberar a entrevista. É uma tentativa de expor e humilhar o ex-presidente Lula, colocando-o em uma espécie de paredão de fuzilamento, com um monte de pseudojornalistas (na verdade, propagandistas de mentiras da pior qualidade) para atacá-lo. Ou em um banco de réus, confrontado com um bando de inimigos.
Essa decisão também visa intimidar Lula para que suas declarações sejam feitas sob pressão e, quem sabe, o ex-presidente não se sinta a vontade para dizer tudo o que tem que dizer de maneira clara e precisa. É um instrumento psicológico para impedi-lo de expressar plenamente sua opinião e suas denúncias contra a sua situação de prisioneiro político.