Nesta quarta (8) a direção golpista da Petrobras anunciou programas de demissão em massa para atingir cerca de 4 mil trabalhadores e economizar R$ 7,6 bilhões até 2025. Nos últimos cinco anos, quase 18 mil (17.590) postos de trabalho foram destruídos pela gestão sob o comando dos golpistas nos governos Temer e Bolsonaro. Os planos de desligamentos, em sua maioria para postos de áreas operacionais, nunca tiveram as vagas repostas, o que evidencia uma política de encolhimento da empresa que visa liquidá-la.
Em comunicado oficial, a direção da Petrobras informou que:
“Os programas são importantes ferramentas de gestão de efetivo na companhia, sendo mais uma medida com foco na redução de custos, a fim de reforçar a resiliência dos negócios.”
Os patrões procuram vender esses programas como sendo a salvação da lavoura – como fizeram para roubar os químicos e fechar a Fafen-PR em fevereiro. No entanto, o resultado já se sabe: é uma manobra para demitir os trabalhadores e fechar as fábricas. É uma forma de esconder que o Programa de Aposentadoria Incentivada (PAI) e o Programa de Desligamentos Voluntários (PDV’s ) são ferramentas para demitir os petroleiros em massa e enxugar a folha da estatal adequando-a aos interesses dos investidores e vampiros internacionais.
Isso fica claro ao considerarmos que em 2014 a estatal possuía mais de 80 mil trabalhadores próprios em todo o Sistema Petrobras e hoje conta com menos de 57 mil, uma parte dos quais se incluirá nos programas de demissão em massa citados acima.
Portanto, a medida de demissões em massa é um desdobramento do programa de privatizações dos golpistas. A direita brasileira, sobretudo nos governos neoliberais de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) tentou por diversas vezes privatizar a principal estatal brasileira. Sem sucesso devido a grande mobilização dos petroleiros (sobretudo na greve de 1995), a burguesia passou a adotar a política de sucatear a empresa por dentro como uma forma mais indireta de privatização, preparando-a para um momento mais favorável politicamente.
Com o golpe de Estado de 2016, a burguesia viu-se novamente numa situação mais favorável para uma ofensiva contra a petroleira brasileira, utilizando a campanha “contra a corrupção” para poder retomar a ofensiva realizada na década de 90.
Por isso, de 2016 para cá – sob o comando dos governos Temer e Bolsonaro – a empresa abandonou setores estratégicos, entregou para a concorrência redes de gasodutos, distribuidoras de derivados, desativou unidades de produção, tenta privatizar refinarias, terminais e outras unidades, reduzindo toda sua operação apenas na produção e exportação do pré-sal. Isso revela a política de sucatear para privatizar iniciada pelos golpistas a partir de 2016 e que se aprofundou com a chegada da extrema-direita ao governo através da fraude eleitoral de 2018.
Mais do que isso, com a crise econômica, agravada com a crise do coronavírus, o barril do petróleo se manterá abaixo dos U$ 30,00, segundo estimativas do próprio mercado, o que dificultará a sobrevivência de empresas de pequeno e médio portes do setor. Utilizando deste pretexto, os golpistas aproveitaram a crise sanitária para reduzir em até 50% o salário dos petroleiros, mais um atentado contra os trabalhadores e o povo brasileiro, uma ofensiva para liquidar a principal estatal do país.
É neste sentido que apenas a mobilização dos trabalhadores pode fazer frente a ofensiva da direita. Contra essa liquidação total da soberania nacional, é necessário parar a Petrobras contra as demissões, contra o sucateamento e a privatização da empresa, por fora Bolsonaro e todos os golpistas.