Nessa quinta-feira (12/03), as centrais sindicais ligadas à direita e os patrões realizaram uma reunião em que foi proposto não realizar as manifestações do dia 18 de março em todo o país devido ao problema do coronavírus. São elas a Força Sindical, UGT, CSB e NCST.
A decisão dessas centrais pelegas foi o oposto da reunião realizada pouco antes dessa decisão entre todas as centrais que decidiram manter os atos. A decisão de manter os atos foi encabeçada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) onde Sergio Nobre, presidente da CUT, afirmou que “a classe trabalhadora tem que estar atenta à gravidade da situação, mas tem de manter sua agenda de mobilização”. Na nota emitida pela CUT diz que “mantém todas as atividades, manifestações e paralisações propostas para defender os direitos da classe trabalhadora, os serviços e as políticas públicas marcadas para a próxima quarta-feira, dia 18 de março”.
Nessa mesma linha, o PCdoB e a União Nacional dos Estudantes (UNE) decidiram engrossar as fileiras da direita e suas centrais e não participar das manifestações do dia 18 de março. A nota da UNE diz que “diante do avanço da contaminação do COVID-19 no Brasil, nós, da União Nacional dos Estudantes, acreditamos que esse é um momento de responsabilidade com a saúde do povo brasileiro e por isso em conjunto com outros movimentos, decidimos pelo adiamento dos atos de rua do dia 18, evitando o fomento de grandes aglomerações, conforme orientações da OMS e Ministério da Saúde, mas mantendo as greves e paralisações.”
O PCdoB e as centrais da direita estão em desacordo com a própria decisão na reunião que ocorreu no dia 12 de março entre todas as centrais e decidiram manter a manifestação. A decisão de não realização dos atos é um enorme erro político porque a classe operária e a população fica sem sua única arma contra a direita golpista e o governo Bolsonaro que é a mobilização.
O recuo nas manifestações deixa o terreno livre para que o governo Bolsonaro avance na sua pauta de ataques aos trabalhadores diante do medo e das consequências econômicas geradas pelo coronavírus. E diante desse cenário já planejam avançar porque estão utilizando o coronavírus e a crise para avançar nas reformas do governo Bolsonaro e propagandeadas pelo ministro tchutchuca dos banqueiros, Paulo Guedes, que pediu pressa nessas questões para combater o coronavírus.
Sob o pretexto de evitar a contaminação dos trabalhadores diante da pandemia, o PCdoB e sua central sindical, a CTB, se unifica com setores da direita golpista que não querem nenhuma mobilização dos trabalhadores para forçar a esquerda e suas organizações a não realizarem os atos contra os ataques do governo do fascista Bolsonaro.
Mas todos sabem que esses argumentos são pura demagogia e dissimulação porque essas centrais de direita apoiaram o golpe em 2016 e se posicionaram a favor da maioria das medidas propostas pelo governo Bolsonaro, inclusive a reforma da previdência, e nenhuma delas se preocupou com a situação do trabalhador.
Duas lições devem ser tiradas dessa situação. A primeira delas que isso é fruto da aliança com a direita golpista que não quer mobilizar os trabalhadores e muito menos lutar contra o governo Bolsonaro. Fica evidente que é preciso romper com essas organizações, incluindo os defensores da frente ampla com o “centrão”. A outra é que sem mobilização, os trabalhadores não vão impedir Bolsonaro de realizar suas reformas e muito menos combater as consequências do coronavírus para os trabalhadores, visto que o governo Bolsonaro e a direita nos estados estão colocando em prática cortes no orçamento e destruição dos órgãos estatais que podem ajudar nessa situação, como por exemplo o SUS. Só a mobilização nas ruas é que vai garantir que haja medidas de combate ao coronavírus e o responsável pelo agravamento dessa calamidade no Brasil: Jair Bolsonaro.
É preciso romper com as organizações pelegas que estão impedindo o desenvolvimento da luta dos trabalhadores contra o governo do fascista Bolsonaro e mobilizar os trabalhadores pela derrubada do regime.