Da redação – A Rada Suprema (Parlamento) da Ucrânia aprovou o decreto do presidente Petro Poroshenko da declaração de lei marcial no país.
Com 276 votos a favor, a medida proposta hoje pelo líder golpista ucraniano de 30 dias de lei marcial foi aprovada, com as ressalvas de que seja aplicada não no país inteiro (em teoria) mas apenas nas “zonas situadas ao longo da fronteira russa, do setor da Transnístria da fronteira entre Ucrânia e Moldávia e também ao longo da costa dos mares Negro e de Azov”.
A priori, a lei marcial duraria 60 dias, mas no começo da tarde a votação da proposta foi adiada após conflitos no parlamento pedindo uma discussão mais profunda do tema. Depois, Poroshenko propôs a redução da medida por 30 dias.
Tal medida teve início no domingo (25), após a Rússia capturar três navios de guerra ucranianos que passavam pelo estreito de Kerch, entre a península da Crimeia (que hoje pertence à Rússia e a Ucrânia e o imperialismo não reconhecem a anexação) e a Rússia continental.
Poroshenko propôs a primeira medida no final do domingo, após se reunir com o Conselho de Segurança Nacional e Defesa. Hoje pela manhã, ele decretou a lei.
A lei marcial é a imposição, na prática, de uma ditadura militar na Ucrânia. Todos os direitos civis podem ser anulados e o exército poderá controlar as leis do país. Segundo a proposta aprovada pelo parlamento, ela será implementada apenas em algumas regiões, mas como para a extrema-direita a arbitrariedade é a regra, nada garante que não será estendida para todo o país e por mais tempo.
Além disso, as “zonas ao longo da fronteira russa” podem ser consideradas as regiões separatistas do leste da Ucrânia, as autoproclamadas Repúblicas Populares de Donetsk e de Lugansk. Eles vivem, desde 2014, quando houve o golpe que levou a extrema-direita ao poder, uma guerra civil contra Kiev, e agora não está descartada uma incursão violenta do exército ucraniano (que tem apoio das forças imperialistas) para recuperar e subjugar essas regiões.