Da redação – Na última quinta feira, 28 de julho, o padre Jpsé Amaro Lopes de Sousa foi solto após passar três meses na prisão. A decisão foi do ministro Rogerio Schietti Cruz, da 6º turma do Superior Tribunal de Justiça, que concedeu uma liminar permitindo que padre Amaro responda ao processo em liberdade.
Padre Amaro é uma importante liderança popular que realiza uma atuação intensa na política, principalmente no campo. Amaro é agente da Comissão Pastoral da Terra que atua junto ao movimentos camponeses nos conflitos pela terra no país. Além disso, ele também era muito próximo da missionária Dorothy Stang, assassinada a tiros, em 2005 a mando de um latifundiário.
As acusações imputadas ao padre Amaro são variadas e incluem esbulho possessório, extorsão, assédio sexual, constrangimento ilegal e lavagem de dinheiro. No entanto, é muito evidente que as acusações são apenas pretextos para barrarema atuaão dessa liderança popular e frear a luta caponesa pela terra. Como afirma o o advogado Marco Apolo Santana Leão, que atua na Sociedade Paraense de Defesa de Direito Humanos (SDDH-PA) e na Comissão Pastoral da Terra (CPT) ““A prisão foi feita com o único objetivo de impedir a luta pela reforma agrária na região”.
Amaro atua na mesma região em que Dorothy Stang foi assassinada, no município de Anapu, no Pará, e é um severamente perseguido por fazendeiros e madeireiros da região que veem nele um obstáculo para seus empreendimentos econômicos. Como diz seu advogado “Os fazendeiros tentam criminalizar as lideranças religiosas do estado do Pará, apontando elas como as responsáveis por esse conflito [de terras]. Nós sabemos que, na prática, os responsáveis são os fazendeiros que grilam as terras públicas da União em proveito próprio, retirando essas terras que deveriam ser destinadas para a reforma agrária”.
Além disso, três das acusações ao padre foram retiradas: assédio sexual, fornecimento de armas e envolvimento em homicídio. Na verdade, a totalidade das acusações não passa de uma farsa para tentar intimidar o padre e, se necessário, mantê-lo preso e longe das suas bases no campo.