No oeste do Paraná, Avá-Guarani é assassinado após emboscada, enquanto demais indígenas saem feridos e recebem ameaças de morte.
O acontecimento ocorreu no dia 8 de março, quando ocorreu um campeonato de futebol organizado em parceria com não indígenas na cidade de Diamante D’Oeste, 115 quilômetros de Foz do Iguaçu.
O jovem Avá Guarani saiu do local junto com três amigos após comemorarem o resultado do campeonato. Os mesmos se envolveram em uma discussão com moradores locais, decidindo assim retornar para casa, na Aldeia Itamarã, local comprado pela FUNAI, como forma de realocar os indígenas afetados pela construção da usina hidrelétrica de Foz do Iguaçu.
Durante o trajeto, o grupo sofreu uma emboscada por quatro homens armados com armas de fogo e brancas, passando a ataca-los sem aviso prévio de forma covarde.
De acordo com os relatos dos sobreviventes “foi uma sorte não ter acontecido mais mortes. Os agressores foram para matar”, denunciam os jovens que sofreram entre pedradas a facadas nas costas.
Com o caso, o cacique da aldeia Cipriano Alves, decidiu por juntar-se a demais caciques de aldeias vizinhas para denunciar o caso e buscar assim defender suas próprias aldeias, já muito ameaçadas anteriormente e vítimas de invasões constantes.
A presença da polícia na ocasião foi marcada pelo descaso e a suspeita de total envolvimento no assassinato do jovem.
Os indígenas que presenciaram a chegada dos feridos denunciam que a polícia se recusou a socorrer um deles levando ao local apropriado mais próximo, com o pretexto de que supostamente algum veículo de saúde estaria por vir.
A espera foi longa, e o jovem que poderia sobreviver faleceu ao chegar no hospital. Em contrapartida foi denunciado que os tais policiais também tinham entrado em contato com os agressores logo após o atentado, sendo que a própria polícia os visitou, e por fim, depois das mortes, ninguém foi preso.
Após o ocorrido o medo tomou conta da aldeia. Invasões foram relatadas logo após, atingindo a aldeia que conta hoje com cerca de 200 indígenas Avá-Guarani.
Por outro lado fica claro para a população indígena que a ação da polícia é altamente suspeita e não só isso, conivente com o caso. Situação essa que não é vista apenas no Paraná, mas sim em todo país, onde cada vez mais os indígenas e a população do campo morre feito mosca nas mãos dos latifundiários com forte presença e resguardo da polícia militar.