Em partida válida pelo Campeonato Francês, neste sábado (1º), o PSG entrou em campo contra a equipe do Montepellier. Apesar do resultado elástico do PSG sobre seu adversário (5×0), um fato bastante desagradável e incomum chamou a atenção: o cartão amarelo aplicado a Neymar.
Na ocasião, imediatamente após driblar um adversário com uma lambreta (ou carretilha), o craque brasileiro foi advertido pelo árbitro, como se tivesse cometido alguma infração. No que o brasileiro começou a discutir, afinal é direito do jogador driblar toda vez que achar cabível. A situação foi tão desnecessária que até mesmo o jogador do Montpellier e desafeto pessoal de Neymar, Andy Delort, manifestou-se alegando não achar normal advertir e punir o brasileiro em razão de um drible.
Atualmente Neymar atravessa uma ótima fase, talvez a melhor desde que chegou ao PSG, de modo que nas últimas 11 partidas ele sempre fez um gol ou ao menos fez uma assistência a um gol.
Neymar é representante do futebol sul americano, que a despeito de toda a má vontade da imprensa imperialista e seus teleguiados locais, consagra-se como um dos maiores jogadores do seu tempo. O fato de driblar bastante, o que deveria ser enxergado como uma qualidade, é encarado como um sinal de indisciplina. O drible sempre foi uma característica bem própria do futebol sul americano. Garrincha, Maradona, Ronaldinho Gaúcho e tantos outros sempre desnortearam europeus pela habilidade com a bola nos pés, embora o oposto não tenha sido tão comum.
Alguém já viu um jogador ser punido pelos árbitros por recuar a bola em excesso? Muitas vezes a imprensa esportiva brasileira age como escrava moral do imperialismo, argumentando que o drible nem sempre tem finalidade ao gol. Ora, se um jogador realmente não busca o gol, quem deve adverti-lo é tão somente o técnico, que pode orientar ou até fazer uma substituição nesse sentido. Do contrário, os marcadores que lutem para tomar a bola e o árbitro que puna se houver faltas contra a integridade do jogador habilidoso. Certamente as escolas de arbitragem sistematicamente orientam a repressão ao futebol da América do Sul.
O episódio do cartão amarelo de Neymar é um ataque contra o futebol sul-americano, especialmente o brasileiro (melhor futebol do mundo) e dá uma boa noção de como funciona a campanha contra os jogadores. É a política dos capitalistas da bola, muito direcionada a Neymar no último período, para exercerem um maior controle sobre os rumos futebol, beneficiando seleções, clubes e jogadores de países imperialistas e boicotando jogadores de países atrasados.