O Brasil passou oficialmente o número de 65 mil mortos sem que não houvesse nenhum tipo de bloqueio para barrar a expansão do coronavírus no país por parte do governo federal e dos governos estaduais. Quando a burguesia necessitava fingir que combatia de alguma forma o vírus, utilizou da palavra de ordem “#fiqueemcasa” jogando a culpa da expansão do vírus para a população e não tendo que tomar medidas que a obrigassem a colocar a mão no bolso, a não ser um isolamento social que não chegou até a classe trabalhadora e, quando chegou, fez os membros da classe ficarem sem dinheiro. Após esse período, a burguesia sentindo a necessidade de reabrir totalmente a economia, abandonou a palavra de ordem que estava utilizando e deixou a população do país à própria sorte.
O que chama a atenção é que os sindicatos, organizações da classe trabalhadora feitas para proteger os trabalhadores, também aderiram à palavra de ordem da burguesia e desde o começo da pandemia deixaram a população na mão.
A burocracia sindical, que em grande medida possui mais condições financeiras que toda a classe operária e trabalhadora, pôde fazer a sua quarentena no conforto de sua casa, lendo, assistindo televisão e tirando férias fora de época, enquanto a maioria dos trabalhadores morria pegando o vírus nos trens, ônibus, nas fábricas, nos correios e etc. Em grande medida, essa política foi de adesão à frente ampla, com Doria, Witzel e outros governadores, o que só levou o país à catástrofe.
Porém, não foi só a pandemia que prejudicou a população. O período que foi aberto com as declarações de que seriam feitos os isolamentos sociais, praticamente se encerrou oficialmente no dia de ontem com o fim da isolamento na cidade de São Paulo, cidade mais rica e que concentra a maior parcela da classe operária do Brasil. Durante esse período, os trabalhadores viram o governo federal permitir a suspensão de contratos de trabalho, milhões foram mandados embora, um auxílio batizado extra-oficialmente de “auxílio esmola” mal chegou até a população e a privatização da água foi aprovada. Os fascistas levantaram a cabeça e começaram a ir para as ruas e, se não fosse o movimento das torcidas organizadas que os colocaram para correr, poderiam ter tomado as ruas.
Em todo esse período os sindicatos permaneceram fechados.
Agora, com a reabertura total da economia, não há mais desculpas para permanecerem de portas fechadas. É preciso lutar por uma jornada de trabalho de 35 horas para reverter as demissões. É preciso lutar para que medidas reais, como o aumento dos veículos no transporte público e o fechamento dos setores não essenciais com total pagamento para os tralhadores, se realize até o fim da pandemia. É preciso proibir demissões até o fim da crise. É preciso barrar a privatização da água. Porém, acima de tudo, os sindicatos têm de reabrir e organizar os trabalhadores para enfrentar o governo genocida responsável por milhares de mortes que ultrapassam em algumas dezenas o que é apresentado oficialmente. É preciso organizar os trabalhadores pelo Fora Bolsonaro!