O avanço do coronavírus pelo País tem levado diversos sindicatos a diminuir o atendimento ou mesmo paralisar suas atividade em nome de combater a epidemia. Essa decisão chama atenção pela gravidade do momento em que os trabalhadores e a população explorada do Brasil atravessam.
Estudos divulgados na imprensa alternativa do Brasil – a oficial esconde isso, assim como o governo deve estar escondendo os números de contaminados – apontam diferentes estimativas sobre o impacto da epidemia no Brasil. Um deles é de que o número de mortos chegaria a 478 mil. Um outro, alerta que no pior cenário possível pode chegar a 2 milhões de vítimas fatais.
O fato é que na Alemanha, em vários quesitos, particularmente no de saúde, pode-se considerar como muito mais um governo muito mais sério do que o brasileiro, até porque a população é muito mais consciente, o governo trabalha com a previsão de que 70% da população do País venha a contrair o coronavírus.
Considerando, ainda, a média da letalidade do vírus, 3% – varia de um país para outro -, o Brasil com seus 200 milhões de habitantes pode chegar a ter 140 milhões de infectados e 2 milhões de mortos. O Brasil não é a Alemanha. O que pensar de um País que tem quase 60 % da sua força de trabalho na economia informal ou desempregada? E os milhões de novos desempregados que surgirão com o avanço do vírus? E os trabalhadores da economia informal – a CUT divulgou que 4,6 milhões de empregadas domésticas estão sob ameaça do desemprego -, o que fazer diante desse iminente genocídio?
Fechar os sindicatos resolverá o problema desses trabalhadores? E os próprios trabalhadores das categorias? O que farão ? Até porque com toda certeza precisarão das suas organizações para ajudá-los a enfrentar a epidemia.
Em um universo de possíveis 140 milhões de infectados, quando o sistema de saúde não passou nem no teste das centenas de infectados, com o sistema de saúde já no seu limite? Diante de uma situação já de caos, o governo teve a pachorra de anunciar 2 mil novas camas-leito para todo o País! É possível imaginar que estejam preocupados com o povo, Bolsonaro, os golpistas ratos do Congresso, como Rodrigo Maia, Alcolumbre, PSDB, DEM, ou ainda, os serviços de utilidade pública da golpista Globo? São com esses que as direções do movimento operário, dos trabalhadores da cidade e do campo esperam contar, para enfrentar a crise?
Ou ainda, deve-se confiar nos patrões, nos banqueiros, nos grandes grupos capitalistas que estão interessados em ter o dinheiro do “seu” governo não para a população, mas para salvar suas empresas parasitas do estado?
O momento deve ser de serenidade, mas de muita ação, para organizar e mobilizar os explorados. Os trabalhadores estão numa condição absolutamente precária, pois toda a propaganda é do salve-se quem puder. “Vão para suas casas”, “protejam seus familiares”, “nada de aglomerações”. Ao tempo que isso se dá, chamam o povo a acreditar que Congresso, o mesmo que derrubou a presidenta Dilma, aprovou a PEC da morte e agora a criminosa Carteira de Trabalho Verde-Amarela, acreditar no fascista Bolsonaro que anuncia o corte da jornada com o corte de salários e os empresários que intensificam as demissões, com as pessoas e instituições que fariam alguma coisa para salvar o povo brasileiro da barbárie que é a epidemia do coranavírus.
Os sindicatos e outras organizações dos trabalhadores que tomaram ou venham essa atitude, estarão entregando nas mãos de Bolsonaro e todo esse bando de sanguessugas da população, incluindo os governos estaduais e municipais que acabaram de aprovar a mesma reforma da previdência que Bolsonaro, para que conduzam o caos no Brasil.
A burguesia e seu governo não querem, não podem e não têm competência para resolver o caos que se avizinha. Fugir às tarefas fundamentais de mobilizar os explorados na condição atual é assumir corresponsabilidade com essa direita asquerosa que colocou o País nessa situação. Primeiro com a destruição de toda infraestrutura de saúde e social do País. Segundo, com o despreparo absoluto demonstrado ao não tomar nenhuma medida preventiva, diante de um problema que já se anunciava pelo menos desde o início do ano.
Ao contrário de se esconder como quer a direita, como quer o golpe, os trabalhadores devem é se organizar e mobilizar para exigir o atendimento das suas reivindicações e a CUT, os sindicatos ( grandes e pequenos), partidos de esquerda, associações, movimentos pela terra, todas as organizações dos explorados devem estar unidos para organizar e defender os explorados estejam eles doentes, sãos, empregados ou desempregados.