Sexta-feira (3) os EUA, sob ordens diretas de Donald Trump, realizaram um ato de barbárie no Iraque. Usando um drone, os norte-americanos assassinaram o general Qassem Soleimani no aeroporto de Bagdá. Milhões de pessoas em Teerã compareceram na segunda-feira (6) ao funeral de Soleimani, segunda figura mais importante do regime iraniano e extremamente popular no país. Pelos padrões da propaganda imperialista, esse ato poderia ser considerado um ataque “terrorista”. Devemos denunciar de forma inequívoca que esse ato bárbaro foi mais um crime do imperialismo no Oriente Médio.
A propaganda imperialista, como sempre, tratou logo de apresentar mais esse crime dos norte-americanos como um gesto de “defesa”. Segundo essa versão fantasiosa dos fatos, os EUA teriam sido atacados primeiro. Basta lembrar que os acontecimentos ocorreram no Iraque para desmascarar essa flagrante distorção dos fatos. A presença dos EUA no Iraque é um abuso, e é um fruto de agressões imperialistas anteriores que deixaram o país devastado, com milhões de mortos e refugiados e infraestrutura completamente destruída. É absurda a justificativa apresentada ao público pelo imperialismo, e só se sustenta graças ao fato de que a política imperialista se impõe pela força bruta.
Portanto, quando os EUA se apresentam como vítimas se defendendo de agressores no Oriente Médio, isso não passa de uma grotesca inversão dos fatos para justificar a política agressiva do imperialismo. Uma política colonialista de dominação pela força, de exploração das massas dos países atrasados, de controle político e de roubo do patrimônio público e dos recursos naturais, notadamente, no caso do Oriente Médio, o petróleo.
Se alguém pode reivindicar a legítima defesa para justificar a violência no Oriente Médio são os governos e grupos políticos locais, assim como a população local em geral. Toda a violência contra militares norte-americanos que venha a ocorrer nesse caso é uma legítima defesa. A propaganda imperialista inverte esse quadro apresentando os intrusos como vítimas.
O imperialismo é justamente o principal fator de crise no Oriente Médio. Foi o imperialismo que destruiu o Iraque e a Líbia, que quase acabou com a existência da Síria e que apoiou o cerco ao Iêmen. É o imperialismo o responsável pela situação dos palestinos, e foram os governos imperialistas que estimularam a violência sectária de divide o Oriente Médio. Divisão aproveitada pelo imperialismo com sua política de dominação. De modo que um primeiro passo para os problemas do Oriente Médio começarem a se resolver é justamente expulsar o imperialismo de lá.
Por tudo isso, a agressão do imperialismo contra o Irã na semana passada deve ser repudiada. Não à agressão imperialista contra o Irã!