sO vice-presidente general Mourão (PRTB) disse em uma entrevista na última quarta-feira (11), na cidade de Rio Branco, capital do Estado do Acre, que os povos indígenas não devem esperar o Bolsa Família e contar com programas sociais do governo para sobreviver. Segundo o general, que está em viagem oficial aos Estados que compõem a Amazônia Legal para conversar com os governadores, a exploração das terras indígenas seria uma forma de garantir a sobrevivência destes povos.
Na verdade, o interesse dos bolsonaristas é abrir a exploração dos territórios indígenas, quilombolas, as reservas de conservação ambiental e os parques nacionais para as empresas mineradoras, as madeireiras e o agronegócio exportador. A suposta preocupação com os indígenas não passa de uma demagogia mal disfarçada.
Mourão e Bolsonaro, representantes políticos da extrema-direita fascista, querem deixar os indígenas sem qualquer auxílio do Estado, expostos à miséria e à vulnerabilidade social. Quanto maior a vulnerabilidade social e o abandono, mais fácil para o avanço da burguesia em função de seus interesses, que giram em torno da ocupação das terras.
Desde que assumiu o controle do aparelho de Estado, Bolsonaro e Mourão dedicaram-se a implementar um plano de ataques sistemáticos aos direitos dos povos indígenas. Um dos objetivos fundamentais do golpe de Estado de 2016 era o de retirar todos os obstáculos legislativos e políticos que obstaculizavam a tomada das terras indígenas e quilombolas.
É necessário que os indígenas se mobilizem em defesa de suas terras e defendam os programas sociais, essenciais para a sobrevivência em um país onde a miséria, o desemprego e todos os tipos de vulnerabilidade social se aprofundam. Para Mourão, não cabe ao Estado prestar auxílio social aos indígenas e sim transferir o dinheiro público para os bancos e grandes capitalistas.