Após a divulgação de novos vazamentos da Lava Jato, em que Moro forjou uma delação de Antônio Palocci contra o PT para interferir nas eleições, o ex-candidato à presidência do partido em 2018, Fernando Haddad, declarou em suas redes sociais:
“Enquanto negociava cargo no governo, Moro agia politicamente nas eleições. Como pode permanecer na função? Moro achava fraca delação de Palocci que divulgou às vésperas de eleição, sugerem mensagens”
Haddad se pergunta “Como pode permanecer na função”, sugerindo a demissão de Sérgio Moro. Entretanto, não aproveitou a denúncia para atacar o governo Bolsonaro como fraudulento – fraude de que ele mesmo foi vítima.
Trata-se da política da ala direita do PT, que quer consertar o governo Bolsonaro. Para eles, Bolsonaro não é produto de uma fraude eleitoral, mas um governo com ministros e funcionários ruins, que precisam ser reformados.
O problema do governo Bolsonaro, por exemplo, seria Sérgio Moro e não o governo inteiro. Parte da burguesia acha a mesma coisa: tem que manter Bolsonaro, mas sem o Moro que está totalmente desmoralizado, e comprometendo o governo inteiro.
É uma política de salvação do governo. Vamos tirar as maçãs podres para manter o resto da cesta. Tirar apenas os elementos “mau-vistos” do governo sem tirar o próprio Bolsonaro é uma forma de ajudar Bolsonaro a governar.
Porém, com a saída de Moro será um indivíduo tão ruim quanto ou ainda pior que Moro que assumirá. Do que adianta tirar Moro para colocar o juiz da Lava Jato do Rio de Janeiro, Marcelo Bretas, ou até mesmo outro golpista inimigo da população.
Todos eles atuarão no sentido de manter Lula preso e perseguir a população. A saída de Vélez Rodríguez para a entrada de Weintraub na educação comprovou isso. Não adianta consertar o governo Bolsonaro, é preciso derrubá-lo de conjunto, pois como afirmou os últimos vazamentos é um governo fraudulento, produto de manobras judiciárias.