O programa Mais Médicos, criado por Dilma Rousseff, chegou a contar com quase 20 mil médicos, distribuídos em mais de 4 mil municípios e dando atendimento a 60 milhões de pessoas.
Em 2018, pouco depois da fraude eleitoral brasileira dar a vitória ao golpista e entreguista Jair Bolsonaro, o mesmo se pôs a ameaçar a validade dos diplomas dos médicos de Cuba e questionar o valor dos seus salários.
Bolsonaro tentou passar a imagem de que estava preocupado com os pacientes estarem sendo tratados por médicos supostamente “sem competência”, um absurdo pois a medicina cubana é considerada uma das melhores do mundo.
Além da demagogia, uma vez que Bolsonaro sempre atacou os povos que vivem nas principais regiões onde os médicos atuavam (como os indígenas), também questionava os valores financeiros repassados aos médicos cubanos como forma de salário, alegando que o governo da ilha estaria explorando os trabalhadores.
Os médicos recebiam salários de cerca de 4 mil reais, e ainda possuíam moradia, saúde, transporte e alimentação gratuitos.
Diante dos ataques, por decisão do governo de Cuba, os médicos cubanos foram convidados a se retirarem do programa e retornarem às suas casas na ilha.
Iludidos com os discursos por parte do Bolsonaro, que prometia a manutenção dos empregos dos que ficassem, alguns médicos cubanos (em torno de 300), optaram por continuar suas vidas no capitalismo brasileiro – uma minoria, obviamente.
O número de médicos que decidiu desertar foi ínfimo para as pretensões do governo brasileiro (em torno de 1,5%), que pretendia usar essas pessoas como propaganda contra o governo de Cuba.
Em menos de três meses do ocorrido, os médicos cubanos que ficaram no Brasil, concedem entrevistas à imprensa internacional, demonstrando profundo arrependimento pela malograda escolha.
Esse é o caso das doutoras Maria de Los Angeles e Elizabeth Morera, que por iniciativas próprias enviaram vídeos, que mais parecem pedidos de socorro, à emissora America Tevê, mostrando as péssimas condições de vida que estão enfrentando no Brasil.
Segundo as próprias médicas, não conseguem emprego no Brasil. Precisam vender todos os seus bens para se manterem ou procurarem empregos em outras áreas, já que o governo Bolsonaro não cumpriu a promessa de asilo político com a garantia dos empregos em medicina.
Os médicos cubanos que desertaram em busca de uma vida de luxo e riquezas no sistema capitalista estão tentando voltar pra casa, fugindo da fome e da miséria do governo Bolsonaro e da política neoliberal.