A “pesquisa” CNT/MDA sobre o governo fraudulento de Bolsonaro, cujo resultado foi anunciado hoje, ainda precisa ser melhor compreendido, inclusive para verificarmos se é uma fraude como o foi a eleição de 2018.
Jornalões, como o Estado de S. Paulo, cujo dono foi um dos mentores do golpe de 1964, faz alarde sobre uma suposta aprovação, pessoal, de Jair Bolsonaro, com um índice de 57,7% dos brasileiros. Esse número é contraditório com as manifestações de desapreço a ele e a seus filhos. Quando lembramos que deve ter sido um dos candidatos com maior indice de rejeição durante a campanha, faz menos sentido ainda. Será preciso analisar com lupa os formulários e a metodologia usada nessa ‘pesquisa’.
Por outro lado, quando se considera o desgoverno em si mesmo, o que temos é a menor taxa de aprovação desde o governo FHC. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, no início de seu mandato chegou a ter registrado 57% de aprovação, o ex-presidente Lula, 56,6%, e a ex-presidenta Dilma 49,1%. Jair Bolsonaro teve registro de 39,8% de aprovação, percentual menor do que o que o de seus pretensos eleitores. Quase empatou com o ex-presidente Fernando Collor, que, no seu terceiro mês de governo, segundo o DataFolha teria 36% de aprovação, estando em situação muito mais complicada, mas tendo uma base parlamentar similar.
Outra semelhança entre Collor e Jair Bolsonaro, além da frágil e artificial base parlamentar, é que ambos foram eleitos fraudulentamente. Não podemos esquecer que o povo queria Lula como presidente, e provavelmente seria eleito no primeiro turno. O Sistema de Justiça funcionou afinado para impedir que Lula concorresse, depois o silenciou, o impediu de ser visto, citado, entrevistado, dificultaram visitas a ele, a imprensa tratou de bombardear a opinião publica, inclusive com pedaços de ‘delação premiada’ oficialmente vazada, com acusações, sem prova, do ex-ministro Palocci. Ao mesmo tempo, o MP segurou informações sobre as falcatruas da família Bolsonaro.
Mais, as Forças Armadas entraram em campo ameaçando o STF, junto com o MP e a imprensa marrom, cada vez que se apresentava uma possibilidade de Lula ser libertado.
É incompreensível pois que um candidato que foi sempre tão mal avaliado e que, iniciado o governo, com tantos escândalos e membros do primeiro escalão envergonhando o país, demonstrando dia após dia, a cada vez que abrem a boca e decidem agir, quão incompetentes e desequilibrados são, motivo de chacota no Brasil e no exterior, que um presidente que governa com os filhos aloprados, igualmente falando e fazendo bobagens, provocando confusão, promovendo ‘barracos’, disseminando discórdia dentro do próprio partido do pai e com seus colaboradores mais diretos, tenha um índice de aprovação pessoal como esse indicado pela CNT.
Não, um presidente que não sabe falar, mal-educado, tosco, ignorante, que passa mais tempo no Twitter do que pensando no país, que afirma que o trabalhador deverá escolher entre ter direito ou ter emprego, que ataca professor, que maldiz a juventude, que faz chacota das mulheres, que ameaça matar, que não tem vergonha em afirmar ter sido o único parlamentar contra a Emenda Constitucional das Empregadas Domésticas, que propõe uma reforma da previdência que vai empobrecer os idosos, impedir que milhões possam aposentar, inclusive porque vão morrer antes, um presidente que mostra todos os dias que não entende absolutamente nada do cargo e do país, que se cerca de lunáticos incompetentes, mas também de militares (comprovando que ele mesmo manda pouco ou nada), não é possível que um presidente desses tenha um índice de aprovação de 57,5%.
Mas não se trata sequer de erro, tudo indica ser manipulação mesmo. Melhor ouvir os blocos de carnaval Brasil afora, ali temos a exata medida da DESAPROVAÇÃO de Bolsonaro e seu desgoverno. Protestos não têm faltado, eles vão aumentar. Nem a CNT vai conseguir esconder isso.