O carnaval desse ano mostrou porque é a maior festa popular do Brasil. De norte ao sul do país, nos blocos de samba, frevo e maracatu, nas escolas de samba, nos trios elétricos, dezenas de milhões de pessoas deram uma grande demonstração de repúdio ao golpe de Estado e a sua versão extrema-direita no governo.
O ódio concentrado da população contra o fantoche do imperialismo falou alto e as palavras-de-ordem mais ouvidas foram a de “Ei Bolsonaro, vai tomar no c*!” e “Lula Livre!”.
Os comitês de Luta contra o Golpe e os militantes do Partido da Causa Operária não poderiam deixar de ser grandes impulsionadores do repúdio popular. Em Salvador, desfilaram na passarela de Campo Grande com uma gigantesca faixa com os dizeres “Fora Bolsonaro e Liberdade para Lula”. Os companheiros foram ovacionados pelo público das arquibancadas, que gritavam em um só coro palavras de ordem contra Bolsonaro e a favor da liberdade de Lula.
O carnaval desse ano já entrou para a história como um dos mais politizados dos últimos tempos. As manifestações são muito semelhantes às ocorridas nos carnavais do ocaso da ditadura.
Aliás, desde o carnaval de 2017, o primeiro depois do golpe, que as manifestações vêm numa corrente crescente em 2018 e agora em 2019 e é justamente por isso que o governo Bolsonaro já nasceu velho. O povo compreendeu muito bem que o político fascista é a continuidade do golpe, apenas repaginado numa versão mais acentuadamente de extrema-direita.
No carnaval desse ano é como se o povo tivesse realmente entrado na avenida, sendo os anos anteriores uma espécie de ensaio. Definitivamente a população trabalhadora do país e a juventude deram a tônica para 2019: é o povo na rua pelo Fora Bolsonaro e pela liberdade de Lula.